24 de março de 2021 às 21h02

Greve de produtores de leite persiste no oeste de Mato Grosso

Entrou na terceira semana a greve dos produtores de leite no oeste de Mato Grosso. Mais do que a insatisfação com o valor recebido, a manifestação amplia as discussões sobre um problema no setor: a diferença entre o preço pago pelo produto no campo e aquele que chega ao consumidor final

Nas propriedades que suspenderam a entrega, leite só para consumo próprio, fabricação de alguns derivados e doação, uma maneira de reforçar o protesto. “Nós queremos, apenas, que eles reconheçam o nosso material, o nosso produto e o nosso esforço. Queremos uma resposta, queremos reconhecimento do que produzimos para eles. Eu espero que essa greve acabe logo e que eles cheguem a um acordo, porque temos conta para pagar e precisa repor esse dinheiro”, disse a produtora rural Valdirene Santos Castilho.

No entanto, da porteira para fora, a situação está longe de um desfecho, como explica o presidente da Aplo, Luciano Rodrigues. “Hoje, os produtores de leite junto com a Aplo reúnem os líderes dos produtores da região oeste de Mato Grosso para discutir o preço do custo da produção de leite dentro das propriedades. Para que os produtores possam sobreviver no campo, a maioria que estava na reunião online decidiu manter a paralisação”.

Já o presidente do Sindilat-MT, Leomir Chaves, explica que foi feito um acordo em pagar o segundo preço do estado estabelecido pelo Imea. “Falando em percentuais, mesmo com essa redução que estamos tendo na região oeste, tivemos um aumento na área de 60% no preço do leite nessa região. Estamos tentando baixar o mínimo possível o leite, tanto que em outros anos havia baixa de leite no mês de outubro e o mês de novembro e, esse ano, a gente só foi ter baixa em janeiro pago em fevereiro, redução mínima, redução absurda e não vamos ter outra redução. A gente espera que o percentual de produtores associados à Aplo que não está entregando seu leite para a indústria, que venha entregar, porque precisamos ser sensíveis nesse momento e estamos tentando sobreviver à saúde e também financeiramente”, disse.

Com estoques cheios, os laticínios apontam a pandemia de Covid-19 e a importação de leite do Mercosul como principais fatores que impactam o mercado. “Falar que a indústria está ganhando dinheiro, verdadeiramente não está, nós estamos passando por uma situação complicada de mercado, sofrendo para comercializar a produção, devido essas paralisações e restrições no comércio. O Brasil precisa ser autossuficiente na produção láctea, nós compramos muito leite do Mercosul e essa política atrapalha a indústria brasileira, uma vez que o alto custo de produção são bem menores que o nosso e o produto entra mais barato no Brasil e a gente não consegue competir”, continua Chaves.

As cooperativas lácteas de outras regiões do estado também sentem os impactos da pandemia e dificuldades causadas pela importação do leite sul-americano. Milton Dalmolin, vice-presidente da Coopernova, falou sobre esse cenário. “No mês de dezembro, nós tínhamos um produto de R$ 23 o quilo, foi nos ofertados um produto argentino a R$ 19 o quilo. No final de janeiro, o mercado começou a enfraquecer e a diminuir os preços dos produtos que nós comercializamos. Chegamos no final de fevereiro no fundo do poço, chegamos a encerrar a produção de produtos queijos, manteiga, soro em pó e leite em pó, e captar recursos nas instituições financeiras para deixar esse produto guardado e vender no futuro próximo. Para se ter uma ideia, em 2009 a cooperativa tinha 2.000 produtores de leite, hoje temos em torno de 1.400”, disse.

Milton questiona ainda a diferença paga entre os preços que saem do campo e aqueles que chegam ao consumidor final. ” Percebemos que alguns varejistas colocam a margem até de 80%e é muito difícil a gente trabalhar dessa forma. Precisamos ter um equilíbrio e sentar em uma mesa de negociações, onde conseguimos equilibrar as coisas e trazer essa margem para o agricultor, porque ele é a galinha dos ovos de ouro. A preocupação maior é sempre fixar o homem no campo e também tentar remunerar o máximo esses produtores, para que eles tenham rentabilidade e para que os seus filhos continuem com a atividade no campo, então precisamos ter esse cuidado, de tentar negociar o nosso produto em um preço melhor para conseguir remunerar melhor nossos produtores”, falou.

10/09/2021 às 08h02

Sul une esforços para manter saúde dos rebanhos e proteger agronegócio

Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul estão reforçando suas parcerias para fortalecer o agronegócio na região. Nesta quarta-feira (8), os estados do Sul –

Leia Mais
09/09/2021 às 20h28

Expointer: julgamentos podem aumentar valor do animal em 10 vezes

O julgamento de animais é uma das principais atrações da Expointer que acontece em Esteio (RS). Nessa quadragésima quarta edição foram inscritos mais de 3 –

Leia Mais
09/09/2021 às 15h02

Milho: Brasil deve embarcar 2,6 mi de toneladas, estima Anec

As exportações brasileiras de milho deverão ficar em 2,67 milhões de toneladas em setembro, conforme levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). –

Leia Mais
09/09/2021 às 12h01

Boi: redução nos embarques de carne bovina; mercado teme “mal da vaca louca”

Depois de terem atingido volume recorde em agosto, as exportações brasileiras de carne bovina in natura iniciaram o mês de setembro em ritmo intenso. Contudo, –

Leia Mais
09/09/2021 às 11h01

Embarques de carne suína são os menores em seis meses

As exportações de carne suína recuaram em agosto, chegando ao menor volume em seis meses.  De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), –

Leia Mais
07/09/2021 às 14h08

Frango abatido alcança preço recorde na semana até 3 de setembro

Iniciada na última segunda-feira de agosto (30), ou seja, antes mesmo do início de novo mês, a reversão de mercado do frango abatido alcançou resultados –

Leia Mais
06/09/2021 às 17h15

Mal da vaca louca: após parecer final da OIE, Mapa descarta risco para produção bovina no país

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) notificou, nesta segunda, 6,  que considera como encerrado a investigação sobre a ocorrência de dois casos atípicos de –

Leia Mais
06/09/2021 às 14h43

Angus e Embrapa firmam parceria na Expointer 2021

Com o objetivo de impactar 12 mil criadores nos próximos três anos, a Associação Brasileira de Angus e a Embrapa Pecuária Sul, de Bagé (RS), –

Leia Mais
06/09/2021 às 13h57

Carne bovina: o que esperar do mercado após a confirmação do ‘mal da vaca louca’ atípico?

Após o Ministério da Agricultura (Mapa) confirmar a ocorrência de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) – conhecida como o “mal da vaca –

Leia Mais
06/09/2021 às 13h33

Carne bovina: preços na Argentina caíram após restrições na exportação, diz Fernández

Em defesa da extensão das restrições às exportações de carnes até novembro, o presidente da Argentina Alberto Fernández destacou nesta segunda-feira que os preços caíram –

Leia Mais