Ir para o conteúdo
19 de agosto de 2021 às 09h05

Leite: clima adverso e custos em alta mantêm avanço de preços no campo

leite

Foto: Wenderson Araujo/CNA

Sazonalmente, o período de julho a setembro é marcado pela transição da produção leiteira. São os meses finais que marcam a entressafra, e, a partir de então, com o avanço das culturas de inverno e retorno da primavera, a produção tende a se recuperar – o que, por sua vez, acaba limitando o movimento de valorização do leite ao produtor.

De acordo com a pesquisadora da entidade, Natália Grigol, o terceiro trimestre é um período delicado para os agentes do setor lácteo, que precisam alinhar suas expectativas, pois os fatores de oferta, em transição, alteram o equilíbrio com a demanda. E, dependendo dos contextos econômico e climático, esse cenário pode ficar ainda mais instável. E foi o que aconteceu neste ano. Em julho, agentes consultados pelo Cepea sinalizaram que, mesmo com oferta limitada no campo, o preço do leite captado naquele mês e pago ao produtor em agosto poderia se estabilizar, fundamentados na frágil demanda.

“Vale lembrar que o preço do leite captado em junho e pago ao produtor em julho atingiu R$ 2,3108/litro na “Média Brasil” líquida, recorde real (dados deflacionados pelo IPCA de jun/21) da série histórica do Cepea, iniciada em 2005. Essa expectativa de estabilidade para agosto fugia do movimento sazonal tipicamente observado nas cotações, mas que fazia sentido quando analisado o complexo processo de formação de preços no campo. Pesquisas realizadas pelo Cepea com o apoio da OCB mostraram recuo dos preços dos derivados lácteos em julho”, aponta a pesquisadora.

Com cotações elevadas e com o menor poder de compra do consumidor, a demanda por lácteos se desaqueceu. Somado a isso, os maiores volumes de lácteos importados nos últimos meses diminuíram a forte competição entre indústrias pela compra de leite no mercado spot nacional (leite negociado entre indústrias) em julho. A pesquisa do Cepea mostrou que, em Minas Geais, o leite spot registrou média de R$ 2,52/litro em julho, queda de 9,4% frente a junho.

Naquele momento, a demanda fragilizada se tornava o fator mais relevante a influenciar os preços: freava o repasse da valorização da matéria-prima ao consumidor e forçaria, em última instância, uma redução das margens da indústria e dos pecuaristas. No entanto, mesmo com os resultados negativos do mercado de lácteos em julho, a indústria não deve conseguir impor queda de preços no campo.

Pesquisas ainda em andamento do Cepea apontam que, na média, a valorização do leite captado em julho e pago ao produtor em agosto pode chegar a 3%. O clima adverso e as recentes geadas intensificaram a restrição de oferta entre julho e agosto aumentando a insegurança dos agentes em relação aos volumes de captação.

As indústrias, focadas em manter seus market- -shares, acirraram a competição pela compra de matéria- -prima, estimulando, via preço, o ajustamento da oferta. A elevação dos preços no campo, no entanto, não tem sido suficiente para garantir aumento de rentabilidade, tendo em vista a forte pressão dos custos, especialmente neste momento em que o clima desfavorece a atividade leiteira.

De modo geral, as geadas prejudicaram a alimentação do rebanho, visto que causaram o crestamento (queima da parte vegetativa) das pastagens e diminuíram consideravelmente a qualidade da alimentação volumosa, que já vinha limitada devido ao tempo seco. Vale mencionar que as geadas também provocam danos à aveia, forragem de inverno bastante utilizada no Sul do Brasil nesta época.

Com a alimentação volumosa prejudicada, a atividade fica mais dependente do concentrado, que também vem registrando custos altos por conta da valorização dos grãos. O encarecimento dos grãos também está atrelado ao clima adverso no Brasil e nos Estados Unidos e também à demanda aquecida. Ademais, a produção de volumoso ficou mais cara, já que o dólar elevado também impactou os preços de adubos e corretivos

25/06/2021 às 07h58

Boi gordo segue com preços firmes e valor da carcaça casada sobe

A queda de braços entre produtores e frigoríficos seguem ditando o ritmo dos negócios no mercado físico do boi gordo, segundo análise da Agrifatto. Com –

Leia Mais
24/06/2021 às 17h01

Queda nos preços dos grãos alivia situação de suinocultor

Neste mês de junho, enquanto os preços do suíno vivo registram forte aumento, os valores dos principais insumos da alimentação, o milho e o farelo –

Leia Mais
24/06/2021 às 16h31

Boi gordo: cai diferença entre valores da arroba e da carne no atacado

A diferença de preço do boi gordo e da carcaça casada bovina está em R$ 9,01 por arroba para o mês de junho, valor abaixo –

Leia Mais
24/06/2021 às 14h17

China deve diminuir importações de carne suína do Brasil, diz analista

As importações de carne suína do Brasil pela China devem desacelerar nos próximos meses, de acordo com o Rabobank. Para entender o que deve levar –

Leia Mais
24/06/2021 às 12h32

Marfrig anuncia construção de unidade frigorífica no Paraguai

A Marfrig comprou um terreno para a construção de uma unidade frigorífica na cidade Yby Yaú, no Departamento  de Concepción, no Paraguai. O movimento marca –

Leia Mais
24/06/2021 às 12h07

Calendário de provas do cavalo crioulo é adaptado para integrar a Expointer

A Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC) ajustou a agenda de seletivas previstas para o segundo semestre, em razão da definição das datas –

Leia Mais
23/06/2021 às 18h56

Boi: oferta segue restrita e impede queda nos preços

O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta quarta-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o mercado volta a –

Leia Mais
23/06/2021 às 11h43

Carne bovina: produtores argentinos afirmam que exportações ficarão restritas a 50%

O anúncio da retomada das exportações de carne bovina da Argentina, na verdade, representa uma restrição de 50% às vendas externas no país. A afirmação –

Leia Mais
23/06/2021 às 11h13

Consumo de proteína animal está presente em 98% dos lares brasileiros

O consumo de proteína animal no Brasil está presente em 98,5% dos lares. O ovo é o principal destaque, com 96% de presença, seguido pela –

Leia Mais
23/06/2021 às 07h43

Preço de referência do leite no Paraná pode subir até 21%

Com menor comercialização e valorização generalizada dos queijos, os preços dos lácteos dispararam no Paraná. Se a projeção se confirmar, o valor de referência do –

Leia Mais