Leite: Gadolando prevê melhora na rentabilidade do produtor para os próximos meses
Os impactos da estiagem e da pandemia ainda refletem ao produtor de leite No Rio Grande do Sul. Segundo a Associação dos Criadores de Gado Holandês do estado (Gadolando), mesmo com a melhora em relação ao ano passado, ainda existem dificuldades na recomposição da alimentação animal por meio da silagem. No caso do milho, além da seca, a cigarrinha que atacou lavouras nos últimos tempos também trouxe empecilhos a quem buscou uma alternativa com a safrinha.
- Leite: mesmo com queda no preço, produtor ainda tem lucro, diz Conab
- SC investe R$ 7,2 mi para incentivar produção de leite e carne a pasto
De acordo com o presidente da Gadolando, Marcos Tang, os últimos períodos foram atípicos por causa da estiagem e houve pouca capacidade de fazer a alimentação dos animais. “Nos últimos dias quem fez a safrinha também teve uma breve estiagem. São vários fatores que atrapalham a formação e armazenamento da alimentação da silagem de milho, apesar de ser melhor que na outra safra”, destaca.
O dirigente salienta também um aumento dos insumos em torno de 25% a 30%, onde até 60% destes custos são com a alimentação dos animais. “O leite não teve este ganho, onde chegamos até no máximo 5%, embora tenha ganho real, ainda fica bem abaixo. Então tivemos o ganho real ruim, continuamos tendo pouca sobra e o pouco que nos sobra tivemos que pegar para alimentação do gado”, ressalta.
A perspectiva, de acordo com Tang, é que agora, entrando as pastagens de inverno, com chuvas regulares, ocorra uma baixa do custo de produção ao produtor. Além disso, há uma perspectiva de aumento do preço ao produtor, pois historicamente entre meses entre maio e agosto há uma melhor remuneração. “Mas estamos vendo com preocupação a timidez que está tendo este aumento. Para recuar dez, 15, até 20 centavos é dois toques, é uma reunião que se faz e baixou o preço. Mas quando vemos internacionalmente o leite em pó bem valorizado, vemos o leite subir no máximo até 5 centavos”, observa.
Uma saída, para o presidente da Gadolando, é a previsibilidade no valor do produto recebido pelo produtor de forma a honrar os compromissos assumidos anteriormente. “Temos que lutar para que tenhamos lucro. O preço é só um destes elementos. Também temos que vender o nosso produto. O produtor trabalha sol a sol mas entrega o seu produto e entrega sem saber quanto vai receber. Precisamos ter a previsibilidade, pois o leite é um negócio de médio a longo prazo. Precisaríamos de contrato para saber o que podemos receber por pelo menos seis meses para poder fazer uma boa gestão”, frisa.
Tang reforça que também são necessárias medidas de proteção ao produtor nacional diante dos mercados internacionais. “Entendemos o livre mercado, mas precisamos ter uma proteção ao nosso produtor. Quando os produtores fecharem as portas e engrossarem os cordões das periferias das grandes cidades, vai nos trazer mais problemas sociais e não teremos a questão da soberania nacional de produzir alimentos. Precisamos manter o nosso produtor na atividade e manter o produtor vivo”, complementa o dirigente.
VEJA TAMBÉM
Carne suína: exportações atingem 34,593 mil toneladas em junho
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 83,292 milhões em junho (8 dias úteis), com média diária de US$ 10,411 milhões. –
Leia MaisMilho: comercialização da safra 2021/22 em MT atinge 61,01%
Segundo o Imea, as vendas da safra de milho 2021/22 atingiram 61,01% da produção esperada, avanço de 3,14 p.p. em relação ao relatório anterior, entretanto, –
Leia MaisMilho: Anec projeta embarques de 1,793 milhão de toneladas em junho
Dados divulgados nesta semana pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC) projetam que o Brasil deverá exportar 1,793 milhão de toneladas de milho em –
Leia MaisMilho: comercialização da safrinha 2022 atinge 30,8% no Brasil
A comercialização da safrinha 2022 de milho no Brasil atinge 30,8% da produção prevista de 83,253 milhões de toneladas, segundo levantamento de Safras & Mercado. –
Leia MaisOvos: após quase um mês de estabilidade, preços registram alta
Depois de quase um mês praticamente estáveis, os preços dos ovos registraram leve aumento, refletindo a maior demanda interna neste início de junho, conforme apontam –
Leia MaisBRF inaugura fábrica na Arábia Saudita
A BRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, inaugurou sua nova fábrica em Dammam, na Arábia Saudita. A unidade foi adquirida em janeiro –
Leia MaisCarnes: Abiec promove carne bovina brasileira na Coreia do Sul
A Associação Brasileira das indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) participa da comitiva do Ministério da Agricultura e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e –
Leia MaisSão Paulo chega a 400 municípios atendidos pelo programa +Leite Saudável
Desde que foi instituído, em 2015, o estado de São Paulo já soma 400 municípios envolvidos com ações do programa +Leite Saudável, do Ministério da –
Leia MaisSuínos: preços do vivo e da carne tem recuperação
Os preços do suíno vivo e da carne reagiram neste início de junho, conforme apontam dados do Cepea. O aquecimento da demanda pela carne, como –
Leia MaisBoi: em um ano, preço do bezerro recua 25,2%
De acordo com a análise de pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), os preços dos bezerros estão em movimento de queda –
Leia Mais