Leite: margem do produtor não está ruim, mas produtor deve ter cautela, diz Embrapa
O custo da alimentação do rebanho leiteiro tem apresentado forte alta neste ano, o que tem preocupado o produtor rural. Segundo o pesquisador da Embrapa Gado de Leite, Lorildo Aldo Stock, a forte demanda por grãos da China, que passou de 2 milhões para 25 milhões de toneladas por ano pressionou o mercado mundial de grãos, e o Brasil não ficou de fora.
- Destaque na produção mundial de leite, Brasil ainda tem dificuldade para exportar
- Preço do leite pago ao produtor dispara e bate recorde em junho
Por outro lado, o pesquisador comenta que o preço do leite pago ao produtor subiu 47% nos últimos três anos, mesmo com o preço do concentrado em alta de 77%, a margem fica na casa dos 39%, segundo o pesquisador.
“Não é uma margem ruim, no entanto, entramos no período de safra, onde a tendência é de que nos preços e os grãos, que estão no momento de colheita e deveriam cair, na verdade estão subindo. Diante do momento de incerteza, o produtor não deve se arriscar. Trabalhar com parceria e muita gestão, é um momento de ser conservador e não se arriscar”, afirma.
Sobre os preços do leite, Stock diz que os valores praticados no Brasil estão em linha com aqueles praticados no mercado internacional. “Considerando a composição do concentrado, com 70% de milho e 30% de soja, o valor é de 0,46 centavos de dólar para 1 kg de leite e de 0,33 centavos para 1 kg de concentrado”, destaca.
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