Manejo reduz até 82% do carrapato-do-boi sem uso de químicos
Um estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizou controle de carrapatos em bovinos sem o uso de produtos químicos, utilizando apenas estratégias de manejo, com os animais em pastejo em diferentes regiões.

Foto: Sergio Bender /Embrapa Divulgação
Através de um sistema de manejo chamado de Lone Tick, resultados iniciais apresentaram 82% na redução da população de parasitas nos rebanhos. A técnica permite o controle da infestação do carrapato nas pastagens deixando as larvas “solitárias” (em inglês, lone) por meio do distanciamento entre parasito e hospedeiro.
O parasito causa o aparecimento da doença conhecida como tristeza parasitária bovina (TPB) pelos agentes: Babesia bovis, Babesia bigemina e Anaplasma marginale, o que pode levar os animais à morte. Caso não seja adotado um controle pelo produtor, este sofrerá grandes prejuízos. “Não se tem registros exatos de mortes de animais por TPB no País. É importante lembrar que no Sul essa doença possui uma gravidade maior por ser região de instabilidade enzoótica, que significa que os animais estão vulneráveis após o inverno, levando a um risco de morte maior”, esclarece o pesquisador da Embrapa Gado de Corte Renato Andreotti, ressaltando a preocupação com a qualidade dos alimentos fornecidos pela bovinocultura.
- Rússia restringe exportação de nitrogenados por seis meses
- Comissão de Finanças aprova autocontrole para cadeia agroindustrial
Os testes a campo foram realizados durante um ano, analisando o controle da infestação de carrapato Rhipicephalus microplus em bovinos da raça Senepol. No sistema de manejo rotacionado sem uso de acaricidas, foi identificado uma média de dez carrapatos por animal.

Foto: Cristina Brito /Embrapa Divulgação
No sistema Lone Tick, muda-se o boi de pasto, separando o animal do carrapato, e alternando consecutivamente o local de pastagem do rebanho. O pesquisador conta que o tempo de uma rodada de quatro pastagens até ao retorno à área inicial é de 112 dias. Esse manejo promove um vazio forrageiro/sanitário de 84 dias, no local da pastagem inicial, período em que as larvas do carrapato ficam solitárias e morrem por falta de animais no local para se hospedar e se alimentar. “Ou seja, matamos o carrapato, sem utilizar produtos químicos”, resume.
Os resultados se mostraram promissores no controle do de parasitas de forma ecologicamente correta sem o uso de pesticidas, atendendo assim, uma demanda de mercado internacional: a diminuição do uso de produtos químicos e seus efeitos colaterais.
VEJA TAMBÉM
Ministra e indústria de carnes discutem novas habilitações para exportação à China
O setor produtivo de proteína animal se reuniu com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, no fim da tarde desta quarta-feira, 21, para discutir o –
Leia Mais‘O frango nada mais é que uma espiga de milho com asa, e o suíno, uma espiga de milho com patas’, diz presidente da ABPA
Em debate sobre a importância da armazenagem, o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, reforçou que a agricultura e pecuária possuem –
Leia MaisBoi: vendas aos EUA sobem mais de 100% no 1º semestre
A escalada nas exportações brasileiras de carne bovina aos Estados Unidos vem surpreendendo o setor pecuário nacional. O país, inclusive, já se configura como o –
Leia MaisQueda no preço do suíno reduz poder de compra do produtor
A forte desvalorização do suíno vivo no mercado independente no início de julho reduziu o poder de compra dos produtores frente aos principais insumos consumidos –
Leia MaisPeste suína africana: China diz que doença está estável, mas riscos persistem
O Ministério da Agricultura da China informou que tem feito esforços para controlar a peste suína africana em seu rebanho, mas os riscos persistem. Desde –
Leia MaisPecuarista investe na qualidade das pastagens para aumentar produção de carne
Um dos grandes desafios dos pecuaristas é garantir pastagem de qualidade durante o ano inteiro. Além da seca de inverno que reduz a produção do –
Leia MaisBrasil deve embarcar até 3,2 milhões de t de milho em julho, aponta Anec
As exportações brasileiras de milho deverão ficar entre 2,9 e 3,2 milhões de toneladas, conforme levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC). –
Leia MaisMilho: analista aponta cenário apertado para produção do grão
No dia 22 de julho, às 9h, você acompanha através do Canal Rural a Abertura Nacional da Colheita do Milho 2021. As máquinas vão entrar –
Leia MaisMilho: Paraná colhe 4% da área de safrinha, aponta Deral
A colheita da 2ª safra de milho do Paraná atinge 4% da área cultivada de 2,519 milhões de hectares, que deve subir 7% frente à –
Leia MaisOferta de milho do MT recua 8,5% em 2020/21, aponta Imea
Nesta segunda-feira, 19, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgou o novo relatório de Oferta e Demanda referente às safras 19/20 e 20/21 do –
Leia Mais