Mapa proíbe entrada de produtos suínos na chegada de viajantes ao Brasil
O Ministério da Agricultura (Mapa) irá proibir a entrada de produtos de origem suína de todos os países em bagagens de viajantes que ingressarem no Brasil e bagagens desacompanhadas. Segundo comunicado da pasta, a medida, que é temporária, entra em vigor a partir desta sexta-feira, 10, e tem como objetivo evitar a introdução do vírus da Peste Suína Africana (PSA) no país.
Até o momento, a restrição se limitava para entrada de produtos de origem suína de países com casos de PSA registrados nos últimos três anos.
- Campanha contra peste suína ganha força nas redes sociais do Mapa
- Ministros do Brasil e Uruguai debatem ações para fortalecer defesa sanitária entre os países
A proibição consta na atualização da lista de mercadorias autorizadas, estabelecida pela Instrução Normativa nº 11/2019, e busca permitir a melhor fiscalização de fronteira desempenhada pelas unidades da Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).
“Ainda que os produtos suínos que sofreram tratamento térmico ou de cura previstos no Código da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) apresentem riscos insignificantes de introdução da doença no país, decidimos por proibir, de forma temporária, a maioria dos produtos suínos de todos os países, até que melhorias nos procedimentos operacionais sejam implementadas para que não corra o risco de autorizar o ingresso de algum produto suíno não permitido”, explica o coordenador de Trânsito e Quarentena Animal do Mapa, Bruno Cotta.
A exceção está para os produtos suínos enlatados – esterilizados pelo calor. Para estes, continua permitido o ingresso no país, desde que estejam com a embalagem original, identificados adequadamente e em quantidade condizente para consumo próprio do viajante, não permitida a comercialização ou distribuição.
O Mapa ressalta ainda que a proibição do ingresso de produtos de origem suína não vale para as importações regulares de qualquer país, quando atendidos aos requisitos brasileiros de importação, e tais mercadorias podem ser destinadas ao amplo comércio e distribuição em todo o território nacional.
A Peste Suína Africana é uma doença viral que não oferece risco à saúde humana, mas pode dizimar criações de suínos, pois é altamente transmissível. No Brasil, o último foco da doença foi registrado em 1981 e o país foi declarado livre da PSA em 5 de dezembro de 1984. Uma reintrodução do vírus no país afetaria a economia brasileira.
Fiscalização nem aeroportos
Desde a confirmação da doença nas Américas, no dia 29 de julho, auditores fiscais federais agropecuários têm reforçado a fiscalização em bagagens de passageiros internacionais. Os produtos proibidos de ingressarem no país são apreendidos e destruídos.
Até o momento, já foram fiscalizados 385 voos. Ao todo, foram 2.196 malas inspecionadas com apreensão de 201 quilos de produtos de origem suína. As fiscalizações ocorreram nos aeroportos internacionais de Guarulhos, Galeão, Porto Alegre, Brasília e Confins.
Campanha de conscientização contra doença em suínos
Para ajudar nas ações de prevenção da PSA, o Mapa tem reforçado, nas redes sociais, orientações aos viajantes e suinocultores.
Com o slogan “Peste Suína Africana, aqui não!”, a campanha orienta viajantes a não trazerem nas bagagens carne de suínos, linguiças, presuntos, salsichas ou qualquer produto derivado de suíno ou javalis. Outra medida é que não visitem fazendas de criações de suínos e não participem de caçadas de porcos selvagens no exterior e quando chegarem ao Brasil.
Já para os suinocultores, a orientação é que não alimentem os animais com restos de comida; evitem o contato dos porcos com visitantes, especialmente se tiverem viajado recentemente para outro país; mantenham os suínos presos para que não tenham contato com porcos selvagens; desinfetem equipamentos, veículos e materiais utilizados na granja e verifiquem regularmente a saúde dos suínos da fazenda.
A campanha é realizada pelo Mapa em conjunto com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), a Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos (ABEGS) e o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa).
VEJA TAMBÉM
Suínos: média de preço da carne na parcial de maio está acima de abril, diz Cepea
No levantamento parcial de maio sobre o mercado, realizado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os preços médios da carne suína estão –
Leia MaisBoi: com maior investimento de pecuaristas, abate tem recuperação
Pecuaristas têm aumentado os investimentos no setor, influenciados pela aquecida demanda internacional pela carne bovina brasileira e pelo consequente elevado patamar de preço do boi –
Leia MaisMilho: exportações somam 801,033 mil toneladas em maio
As exportações de milho do Brasil apresentaram receita de US$ 284,920 milhões em maio (15 dias úteis), com média diária de US$ 18,994 milhões. A –
Leia MaisMilho: Conab indica colheita da 1ª safra 2021/22 em 83,7% no Brasil
A colheita da 1a safra 2021/22 de milho atingia 83,7% da área no Brasil até o dia 21 de maio, conforme levantamento semanal da Companhia –
Leia MaisCarnes: Argentina obtém reconhecimento internacional por prevenir vaca louca
A Argentina mantém, pelo sétimo ano consecutivo, o máximo reconhecimento do status sanitário de encefalopatia espongiforme bovina (BSE), conhecido como doença da vaca louca, concedido –
Leia MaisMilho: line-up prevê embarques de 2,170 milhões de t de março a maio
O line-up, a programação de embarques nos portos brasileiros, indicou que poderão ser exportadas 2,170 milhões de toneladas de milho de março a maio, conforme –
Leia MaisCarnes: Nepal relata primeiro surto de peste suína africana
O Nepal reportou seus primeiros casos de peste suína africana, informou a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) nesta quinta-feira. Segundo a Agência Reuters, seis –
Leia MaisFrango: preços da carne recuam em todas as regiões
Mesmo com a disponibilidade limitada por conta das exportações aquecidas, o avanço da segunda quinzena de maio e a retração dos consumidores, menos capitalizados neste –
Leia MaisMilho: colheita 21/22 atinge 27,4% da área na Argentina
A colheita de milho da safra 2021/22 atinge 27,4% na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a superfície é estimada em 7,3 –
Leia MaisMilho: Uberlândia (MG) projeta perdas na safrinha por estiagem
Por conta de chuvas muito irregulares nos meses de março e abril, as lavouras de milho safrinha deverão apresentar uma queda de produtividade em Uberlândia, –
Leia Mais