23 de setembro de 2021 às 20h15

Mapa simplifica emissão de registros para indústrias com produtos de origem animal

O Ministério da Agricultura (Mapa) simplificou as regras para emissão de títulos de registro para os estabelecimentos que trabalham com produtos de origem animal. As novas normas entram em vigor no dia 1º de outubro. Entre as mudanças estão a diminuição no número de documentos exigidos e criação de prazos para respostas do ministério.

Para o presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo Santos, as mudanças nas regras eram necessárias.

“É um processo demorado. Precisa uma série de documentação, e as vezes ela não é tão necessária porque na própria rastreabilidade do produto já constam informações, como preencher formulários ou buscar aval de determinados técnicos. Além disso, nós teremos uma diminuição desse processo burocrático todo que se tinha até o momento”, afirma.

frigorífico frango Paraná

Novas regras do Mapa reduzem número de documentos para registro de indústrias que trabalham com produtos de origem animal Foto: Geraldo Bubniak/Agência de Notícias do Paraná

A partir de 1º de outubro, os pedidos de registro de novos estabelecimentos terão como documentos obrigatórios para entrega ao Mapa as plantas das edificações, um documento que comprove o endereço do estabelecimento emitido por autoridade registrária, como uma junta comercial; comprovante de inscrição estadual, contrato social ou firma individual no caso de pessoas jurídicas, e também o comprovante do CNPJ. No caso de estabelecimentos em nome de pessoa física, basta entregar um documento oficial de identificação.

Para as agroindústrias de pequeno porte, aquelas com área construída de até 250m², as plantas de edificações podem ser substituídas por croquis das instalações. Nesta mudança, não serão mais exigidos, para obtenção do registro, cópias de licenciamentos ambientais ou análises da água de abastecimento.

“Baseado na Lei de Liberdade Econômica e na responsabilidade que os estabelecimentos e o produtor têm na fabricação de seus produtos, em linha com o PL de autocontrole que tramita na nossa legislatura, a gente entendeu que não é necessário mais apresentar estes documentos que já são emitidos por outros órgãos públicos”, expõe a diretora do Dipoa, Ana Lúcia Viana.

Os estabelecimentos foram divididos pelo risco sanitário. Granjas avícolas, postos de refrigeração, queijarias, unidades de beneficiamento de produtos de abelha, entrepostos de produtos de origem animal e casas atacadistas conseguirão o registro ou relacionamento junto ao ministério em até cinco dias úteis após ao entregar os documentos obrigatórios por meio de peticionamento eletrônico. A primeira fiscalização do espaço deve acontecer em até 90 dias após a concessão do registro ou início das atividades.

No caso de abatedouros-frigoríficos, barco-fábrica, abatedouro frigorífico de pescado, granja leiteira, estação depuradora de moluscos bivalves e unidades de beneficiamento de carne, pescado, ovos e leite, o registro será concedido após análise e aprovação das informações e documentos obrigatórios, além da realização de vistoria in loco por auditor fiscal federal agropecuário.

Para reformas e ampliações, os estabelecimentos de menor risco sanitário, como as granjas, não precisarão ter autorização prévia do projeto pelo ministério. Será preciso apenas atualizar a documentação obrigatória. Outros estabelecimentos como frigoríficos seguem demandando a aprovação prévia do projeto e realização de vistoria após a conclusão das obras.

“A legislação atual coloca as empresas de pequeno porte, as agroindústrias na mesma condição de estrutura, de cumprir normativos e plantas como das grandes empresa. Acredito que isso não seja facilitar numa questão de tratamento desigual, mas acredito que [o normativo] vem fazer uma justiça ou até igualar uma questão de competitividade que isso acontece no mundo todo e no Brasil não podia ser diferente, principalmente na questão das queijarias. Se nós queremos avançar neste sentido, as agroindústrias são o principal ponto de desenvolvimento e até fixação do homem no campo”, afirma o secretário-executivo do Sindilat-RS, Darlan Palharini.

Outras mudanças para frigoríficos

Por meio da portaria que estabelece as mudanças nas regras, o Ministério da Agricultura também estabeleceu um prazo de resposta para frigoríficos que solicitam aumento no número de turnos ou de dias para abate. No caso de aumento de turnos, é preciso solicitar pelo menos quatro meses antes da data esperada para início dos turnos. Para aumento de dias de abate por semana, as solicitações devem ser feitas com antecedência mínima de dois meses.

“Quando a gente trabalha num ambiente administrativo sem prazos pode ser que saia em um mês ou em seis. Conseguindo determinar prazos máximos de processos administrativos sempre é bom. Não significa que vai usar quatro meses, mas que o processo máximo de análise é quatro meses, então a gente vê com bons olhos sim. A indústria vai conseguir se programar também”, avalia a coordenadora de produção animal da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Lilian Figueiredo.

O ministério ainda pretende criar um sistema informatizado específico para questões de registro.

“Em algumas cadeias produtivas, o maior empecilho é a comercialização, porque produtos de origem animal não podem ir para o comércio direto sem passar por uma avaliação prévia. Isso é regulamentação federal do Brasil, mas as normas são difíceis de se cumprir. Temos um pleito junto ao ministério de normas para pequena indústria de pescados. Nessa linha de desburocratização, acho que as pequenas indústrias, como de ovinos e caprinos que também é um pleito, tende a facilitar bastante o escoamento do produto do campo”, complementa Lilian.

 

14/11/2022 às 19h02

Fórum discute o Programa de Erradicação da Febre Aftosa

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou, na última quinta-feira (10), do 6º Fórum Estadual do Programa Nacional de Erradicação da Febre –

Leia Mais
14/11/2022 às 14h02

Ovos: com oferta e demanda ajustadas, preços seguem estáveis

Os preços dos ovos comerciais permaneceram praticamente estáveis nos últimos dias na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Esse cenário vem sendo observado há três –

Leia Mais
11/11/2022 às 12h02

Frango: demanda aquecida eleva preços; Exportações recuam

O início de mês e o aquecimento na demanda – de modo geral, por conta do recebimento dos salários por parte da população – fizeram –

Leia Mais
10/11/2022 às 15h02

Boi: China pressiona valor pago pela carne brasileira

A China, maior destino externo da carne bovina brasileira, vem pressionando os valores pagos pela carne. De acordo com dados da Secex, em janeiro, a –

Leia Mais
10/11/2022 às 14h02

Suínos: exportações registram queda em outubro; O mercado interno está lento

Os embarques brasileiros de carne suína (considerando-se produtos in natura e industrializados) recuaram em outubro. A Secex aponta que as exportações somaram 97,2 mil toneladas –

Leia Mais
07/11/2022 às 13h02

Ovos: bloqueios de rodovias atrapalham entregas; preços seguem estáveis

Bloqueios realizados por manifestantes em diversos pontos de rodovias do Brasil atrapalharam a comercialização de ovos em parte das regiões do País na última semana, –

Leia Mais
07/11/2022 às 11h45

Carne bovina: exportações da Argentina caem 3,9% em setembro

Em setembro, o volume exportado de carne bovina na Argentina foi equivalente a 55,6 mil toneladas de peso do produto (79,5 mil toneladas de carne –

Leia Mais
05/11/2022 às 16h02

Boi: exportação segue elevada, mas preço interno cai

As exportações brasileiras de carne bovina in natura vêm se sustentando em patamares elevados ao longo deste ano. Depois de o volume embarcado ter ficado –

Leia Mais
05/11/2022 às 14h02

Leite: com paralisações perecibilidade preocupa

Os bloqueios em rodovias têm impedido fluxos comerciais e, para o setor do leite, a preocupação é acentuada por conta da perecibilidade do leite cru, –

Leia Mais
05/11/2022 às 12h02

Frango: protestos deixam setor avícola em alerta

De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, apesar de os bloqueios promovidos por manifestantes em diversos pontos de rodovias do Brasil nos últimos dias atrapalharem –

Leia Mais