Ovelha surpreende e dá à luz quadrigêmeos; exame mostrava apenas 2
A Cabanha da Divisa, em Cruz Alta (RS), registrou um fato incomum na madrugada desta segunda-feira, 3. Uma das ovelhas île de france da propriedade deu à luz quadrigêmeos. “Saí da maternidade às 2h da manhã. Às 4h10, quando voltei, ela estava com os quatro nos pés. Foi um parto natural”, conta o criador Ramiro Oliveira.

Foto: Ramiro Oliveira/ divulgação
O fato pegou o ovinocultor de surpresa, já que na última ultrassonografia só dava para ver dois cordeiros. Partos duplos e triplos são bastante comuns na raça, mas quádruplos acontecem com menos frequência. “A última vez em que tivemos um parto quádruplo foi em 2003. Antes disso, em 2000, tivemos sêxtuplos”, relembra.
O médico veterinário e inspetor técnico da Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), Joaquim Soares Neto, conta que o gene vacaria, presente em alguns exemplares da raça, estimula a produção de mais óvulos, o que facilita a gestação de quatro cordeiros.
Porém, Oliveira afirma que a matriz em questão já foi testada e não possui o gene. “Ela não tem nada, nada. Nem o pai. O sêmen que foi usado não tinha o gene. Isso que me chamou atenção. Ela é uma ovelha totalmente livre, não tem nenhuma ligação com isso”, diz.
De acordo com o veterinário, o manejo também pode estar por trás do fato incomum. “Uma super nutrição pode fazer a ovelha super ovular, facilitando a ocorrência de quadrigêmeos”, afirma Soares Neto.
Todos passam bem
Como dito, o parto quádruplo aconteceu de forma bastante natural, segundo Ramiro. A matriz está bem, em uma baia reservada, com os quatro cordeirinhos. Porém, como recomendado pelo médico veterinário, a fêmea está recebendo ajuda para alimentar os filhotes. “Ela não consegue criar sozinha, tem que ajudá-la. Ela tem dois tetos. não tem como todos mamarem ao mesmo tempo”, diz o especialista.
Ramiro optou por uma mamada controlada a cada três horas: os quatro cordeiros têm acesso à fêmea por alguns minutos e depois a alimentação é complementada com leite de vaca. “Um cordeiro nasceu um pouquinho maior, pouca coisa, mas todos estão muito bem”, conta o produtor.
Meio século na criação de ovinos
O pecuarista João Manoel de Oliveira, conhecido como Nito, pai de Ramiro, foi um dos primeiros a importar a raça île de france, no começo da década de 1970. Neste ano, a criação completa 50 anos. Segundo Ramiro, esses animais têm dupla aptidão: excelente rendimento de carcaça e lã com valor de mercado, o que não é tão comum entre animais de corte.
Além disso, a predisposição a partos duplos e triplos também atrai criadores que querem ampliar o plantel. “Esses cordeiros terão ótimo valor de mercado, porque podem imprimir essa questão do parto quádruplo. É isso que fazemos: trabalhar na seleção de reprodutores. Todos os anos, realizamos um leilão no Lance Rural, e é sempre um sucesso”, diz.
A Cabanha da Divisa se dedica à produção de animais de elite, os chamados Puros de Origem (PO). Por isso, os animais recebem o que há de melhor em termos de manejo. “Todos os nossos animais têm um trato, desde a ovelha mais velha da maternidade. Temos um zelo do desmame até a época em que ela vai parir”, conta.
Na maior parte do ano, os animais são criados em um sistema europeu. Durante o dia, as ovelhas ficam no pasto, e à noite, o pecuarista as recolhe para galpões, onde recebem uma suplementação. Ramiro diz que não faz nada “excepcional”, mas o adequado para manter as ovelhas bem nutridas, com bom score corporal. Em períodos de entressafra das pastagens, eles pegam firme na suplementação, para que os animais não percam o que ganharam no verão.
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