Pecuarista investe na qualidade das pastagens para aumentar produção de carne
Um dos grandes desafios dos pecuaristas é garantir pastagem de qualidade durante o ano inteiro. Além da seca de inverno que reduz a produção do capim, tem ainda a dificuldade para combater as ervas daninhas. Uma nova tecnologia permite maior controle e eficiência nas plantas mais resistentes.
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Na propriedade do pecuarista Gervano Dias em Paragominas (PA), a cada hectare era preciso cerca de seis litros de herbicidas variados para combater as invasoras na pastagem. Além do custo, a dificuldade era fazer a mistura dos produtos de forma homogênea.
“Precisava de uma pessoa muito próxima do pulverizador para medir a quantidade de cada produto e a ordem também, porque é muito importante se fazer isso. Então ficava nesse caos na hora da aplicação”, conta.
Na fazenda do pecuarista, 80% do gado é criado somente a pasto e 20%, terminado no confinamento. Para garantir os nutrientes necessários para o desenvolvimento do bezerro, é preciso investir na qualidade da pastagem.
“Não adianta ter genética e confinamento se não tiver a pastagem de boa qualidade para levar até a ponta do confinamento, porque, no nosso caso, a gente entra no confinamento com 400 kg acima, fica de 65 a 80 dias no confinamento. Então, esse animal, desde o pé na desmama até 400 kg, esse desenvolvimento todo é feito a pasto. Não existe esse volume de produção se a pastagem não for bem cuidada”, ressalta Gervano Dias.
As plantas lenhosas e semilenhosas são as de maior dificuldade de controle. Mas, um novo herbicida, une os ativos amino-piralide, pi-cloram e fluró-xipir, em um único produto e pode combater até 90% das invasoras.
“Todos os três são produtos são sistêmicos e são absorvidos tanto pela folha, como pela raiz. Ele é translocado na planta daninha e faz com que ela morra e o capim consiga prevalecer sem competição por água, luz e nutrientes do solo. E com um único produto, ele consegue otimizar a operação do controle de plantas daninhas na fazenda”, destaca o líder de marketing na área de pastagens da Corteva, Paulo Pimentel.
O produto desenvolvido pela empresa é concentrado e permite uma dosagem menor a cada aplicação, reduzindo o custo de produção, além de contribuir com o meio ambiente.
“Para essas plantas de médio a fácil controle, a dose anterior que nós tínhamos em nosso portfólio era de dois litros e a gente passou a ter a média de um litro com a tecnologia XTS. Isso traz um benefício no armazenamento, transporte e produção. Em 2020, a Corteva deixou de rodar 450 mil km, o que equivale a mil toneladas de CO2 a menos emitidas. Os pecuaristas dentro da fazenda também podem fazer o mesmo, pois, ao invés de dar duas viagens em determinada área ele levava um só, o distribuidor também”, ressalta Pimentel.
Em 2020, o rebanho bovino brasileiro foi o maior do mundo, com 217 milhões de cabeças, representando 14,3% do rebanho mundial. O país é um dos poucos que pode continuar crescendo na pecuária de corte, sem abrir novas áreas, para atender a demanda mundial por alimentos.
“O segredo do sucesso na pecuária do Brasil passa pela produção de boi a pasto e vai continuar sendo assim, porque é a forma mais barata de se produzir carne no mundo. Se eu puder deixar uma mensagem para todos os pecuaristas, é que a gente tem que cuidar, de forma muito carinhosa, da produção de gado a pasto no Brasil”, diz Paulo Pimentel.
“Existem pessoas competentes por trás disso. São zootecnistas, agrônomos, uma gama de oportunidade de pessoas trabalhando no campo para levar para a mesa do consumidor uma carne de qualidade, preservando o meio ambiente. Isso que é a grande preocupação. É atrás disso que a gente está trabalhando todo dia”, afirma o pecuarista Gervano Dias.
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