Pecuarista reduz custo da silagem em 50% com uso de sorgo forrageiro
Um pecuarista de Goiás resolveu apostar no uso do sorgo forrageiro para reduzir o custo com a silagem. O resultado foi promissor. Em substituição ao milho, no primeiro corte, em fevereiro de 2021, o produtor Marcelo Alves Ferreira fez 75 toneladas de silagem por hectare (ha), totalizando 240 toneladas nos 3,2 ha cultivados.
- Seca prejudica oferta de silagem do rebanho leiteiro em SC
- Como beneficiar o sorgo para substituir milho e soja na dieta do gado de corte?
“Seguramente me custou a metade do que gastaria para produzir silagem de milho, por exemplo. A decisão, portanto, reduziu o custo de produção em aproximadamente 50% e me permite dormir tranquilo. Tenho comida para todo o período seco e até o final do ano”, garante Ferreira, dono da Fazenda e Haras MKF, em Pirenópolis (GO).
Com um rebanho leiteiro de 80 cabeças (de mamando a caducando) ele também comemora a maior resistência ao déficit hídrico no solo, adaptabilidade e capacidade de rebrota da variedade escolhida (Agri 002E, popularmente conhecido como Sorgo Gigante Boliviano, em função de sua altura, que pode superar os cinco metros).
“O milho é muito exigente quanto à presença de água e adubação. Para eu conseguir produzir 50 t/ha de silagem com ele em condições de redução de disponibilidade hídrica, tenho de ser um expert e investir pelo menos o dobro. Com o sorgo, tenho ainda um segundo corte garantido, que devo fazer ao final de julho. Mesmo sem chuvas, devo somar pelo menos mais umas 80 toneladas. Essa é uma das propostas do Gigante”, conta o produtor.
Dieta eficiente com sorgo
O produtor de Pirenópolis começou a ofertar a silagem de sorgo para seus animais no final de maio. Ele entende que o material forrageiro não substitui os demais, mas consegue compor uma dieta de forma muito eficiente, de qualidade e com baixo custo. “Nessas primeiras semanas não posso me queixar de nada. A produtividade, a qualidade da massa ensilada e seu odor são bastante positivos. Para elevar o nível de NDT, misturo um pouquinho de casquinha de soja ou mesmo de milho triturado. Isso dá um ‘up’ no volumoso”, garante.
A alternativa encontrada pelo produtor foi aplaudida pela zootecnista e mestranda em Ciência Animal na Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Aryadne Rhoana Dias Chaves: “Tecnicamente a estratégia dele é muito interessante. A silagem de sorgo é um alimento que apresenta cerca de 95% dos nutrientes necessários para os ruminantes e este valor fantástico permite ao produtor a sua associação com outros ingredientes na busca de um resultado nutricional ainda melhor”.
Especificamente em relação aos dois insumos adicionados pelo produtor, a zootecnista observa: “A casca de soja é rica em pectina, carboidrato estrutural altamente digestível que fornecerá de forma mais ágil a energia proveniente do volumoso”. O mesmo, segundo ela, acontece com a digestibilidade do milho. Porém faz um alerta: “Há de se ter cautela em sua utilização, pois o carboidrato do cereal é o amido que, apesar de ser uma excelente fonte de energia, modifica drasticamente a microbiologia ruminal se fornecido em elevados teores. Recomendo sempre a orientação técnica de um profissional para a formulação da dieta”.
VEJA TAMBÉM
Carne suína: Brasil deve produzir 4,42 milhões de t em 2023
O Brasil deverá produzir 4,42 milhões de toneladas de carne suína (em equivalente carcaça) em 2023, segundo informações divulgadas pelo boletim Gain Report, de adidos –
Leia MaisCarne suína: exportações atingem 74,326 mil toneladas em outubro
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 184,394 milhões em outubro (14 dias úteis), com média diária de US$ 13,171 milhões. –
Leia MaisExportação de aves atinge 287,533 mil toneladas em outubro
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 590,229 milhões em outubro (14 dias úteis), –
Leia MaisCarne bovina: exportação atinge 142,692 mil toneladas em outubro
As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 841,679 milhões em outubro (14 dias úteis), com média diária de US$ –
Leia MaisOvos: depois de um mês de estabilidade, preços recuam
Após completarem um mês de estabilidade, as cotações dos ovos comerciais recuaram nos últimos dias. Segundo pesquisadores do Cepea, a desvalorização esteve atrelada à menor –
Leia MaisFrango: poder de compra do avicultor tem novo recuo
De setembro para a parcial de outubro, os preços do frango vivo têm registrado queda. Segundo pesquisadores do Cepea, a pressão vem do aumento da –
Leia MaisSuínos: preço mensal do vivo cai e poder de compra recua
Os preços do animal vivo estão em reação em todas as praças acompanhadas pelo Cepea. Apesar disso, a média de negociação do suíno nesta parcial –
Leia MaisBoi: cenário atual desanima confinador
O atual contexto de queda nas cotações da arroba bovina e de elevado patamar de preço de importantes itens dos custos de produção, especialmente os –
Leia MaisCarnes: diferença de preço da arroba entre Mato Grosso e São Paulo sobe em setembro
O diferencial de base entre Mato Grosso e São Paulo registrou um alargamento de 0,77 p.p no indicador médio da arroba do boi gordo e –
Leia MaisCustos de produção da suinocultura declina no terceiro trimestre em Mato Grosso
Segundo levantamento divulgado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), os custos de produção da suinocultura tiveram um declínio de 2,79% no terceiro trimestre deste –
Leia Mais