Preço do leite pago ao produtor dispara e bate recorde em junho
O preço do leite captado em maio e pago aos produtores em junho registou forte alta de 8% na “Média Brasil” líquida, indo para R$ 2,201/litro. Esse valor de junho ficou 34,9% acima do registrado no mesmo período do ano passado, em termos reais, e é um recorde para o mês, destaca levantamento feito pelo Cepea. No primeiro semestre deste ano, o preço médio do leite recebido por produtores, de R$ 2,05/litro, supera em 33,6% o do mesmo período de 2020.
- Leite: baixa oferta e custos em alta elevam preço pago ao produtor
- Preço de referência do leite no Paraná pode subir até 21%
“O cenário é resultado da oferta limitada de leite no campo. Sazonalmente, durante o outono e inverno, o menor volume de chuvas prejudica a qualidade das pastagens e, consequentemente, a alimentação volumosa do rebanho”, diz o estudo do Cepea.
Para evitar quedas bruscas na produção de leite, a alimentação concentrada é fundamental. Contudo, neste ano, além de a seca ter sido mais intensa, a expressiva elevação do preço do concentrado tem dificultado os investimentos na atividade e reforçado a menor produção de leite nos últimos meses.
Pesquisas do Cepea mostram que o concentrado subiu 4,4% de abril para maio, acumulando alta de 12% em 2021, influenciado pela valorização nos mercados de grãos. O poder de compra do pecuarista leiteiro frente ao milho em maio caiu pelo quinto mês consecutivo. Enquanto em abril eram precisos 48,97 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg de milho (base Campinas -SP), em maio, foram necessários 49,46 litros. Frente a junho de 2020, a perda no poder de compra chega a 36%. Além do concentrado, outros insumos também encareceram em 2021, como a suplementação mineral e adubos e corretivos, que se valorizaram 10% e 24% no acumulado do ano, respectivamente.
Nesse cenário de custos elevados, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea recuou 1,67% de abril para maio. Com a menor oferta de leite em maio, as indústrias elevaram a competição pela compra de matéria-prima, para tentar manter suas posições no mercado lácteo.
Em maio, as negociações de leite spot estiveram aquecidas, e o preço médio em Minas Gerais saltou de R$ 2,19/litro na primeira quinzena do mês, para R$ 2,56/litro na segunda quinzena (aumento de 16,5%). Com a matéria-prima mais cara e os estoques de lácteos enxutos, os valores dos derivados lácteos também se elevaram: 5,2% no caso do leite UHT; 0,6% no caso do leite em pó; e 11,6% no caso da muçarela.
“É importante reforçar que a elevação nos preços dos derivados não significou demanda aquecida. As negociações de lácteos seguiram pressionadas pelos canais de distribuição, já que as cotações estão em patamares elevados, e a demanda está fragilizada, por conta do menor poder de compra de grande parcela da população brasileira”, destaca o levantamento.
VEJA TAMBÉM
Boi: demanda interna enfraquecida pressiona valor da carne
O mercado interno de carne bovina segue lento. Segundo pesquisadores do Cepea, a demanda está enfraquecida, o que se deve sobretudo ao menor poder de –
Leia MaisCarne suína: China liberará 15 mil toneladas das reservas no dia 17
A China liberará 15.000 toneladas de carne suína congelada das reservas estatais no dia 17 de setembro, de acordo com aviso divulgado na quarta-feira (14) –
Leia MaisCarne suína: China lançará rodada de reservas de estoques congelados nesta semana
A agência estatal de planejamento da China disse que lançará sua segunda rodada de reservas de carne suína congelada nesta semana, como meio de manter –
Leia MaisBoi: vendas externas seguem recordes, mas internas estão em ritmo lento
Os volumes de carne bovina in natura exportados pelo Brasil vêm crescendo nestes últimos meses, atingindo, em agosto, quantidade recorde, considerando-se toda a série histórica –
Leia MaisSuínos: exportação bate recorde em agosto
Os embarques de carne suína, in natura e processados, atingiram recorde em agosto, com base na série histórica da Secex, iniciada em 1997. Segundo a –
Leia MaisCarne bovina: exportações na Argentina caem 5,4% em julho
Em julho, o volume exportado de carne bovina foi equivalente a 55,6 mil toneladas (79,5 mil toneladas de carne bovina com osso), o que apresentou –
Leia MaisExportação de aves atingiu 398,599 mil toneladas em agosto
As exportações de carne de aves e suas miudezas comestíveis, frescas, refrigeradas ou congeladas do Brasil renderam US$ 830,766 milhões em agosto (23 dias úteis), –
Leia MaisFrango: competitividade da carne de frango cresce frente à suína, mas cai frente à bovina
A maior oferta de carne de frango no mercado doméstico e a menor liquidez em agosto pressionaram os valores da proteína no último mês, elevando –
Leia MaisBoi: relação de troca de boi gordo por bezerro aumenta em agosto
Os preços médios mensais do boi gordo e do bezerro caíram de julho para agosto, mas as baixas registradas para a arroba foram mais intensas. –
Leia MaisSuínos: preços caem no fim de agosto, mas médias mensais se sustentam
As vendas aquecidas e as consequentes valorizações do suíno vivo ao longo da primeira quinzena de agosto superaram os recuos dos preços observados na segunda –
Leia Mais