Preço do milho sobe 12 vezes mais que inflação e afeta produção de frango no RS
A cotação do milho disparou 34,8% durante o ano e registrou aumento de 102,6% nos últimos 12 meses, alta que é 12 vezes maior que a inflação geral de 8,06% no acumulado de 12 meses, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado no dia 9 de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- VLI promove primeiro embarque de milho pelo terminal de Sergipe
- Importação de milho transgênico dos EUA será permitida a partir de 1º de julho, diz CTNBio
Essa escalada de preços fora dos patamares de normalidade gera impactos diretos na avicultura do Rio Grande do Sul, que compra o cereal para fabricar ração animal. O milho continua sendo a base da alimentação das aves e essa subida exacerbada de preços, tornou os custos de produção insustentáveis e exigiu um esforço da cadeia produtiva para evitar que produtores abandonassem a atividade e indústrias de abate não baixassem o ritmo de produção, situação que não foi possível.
O presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo do Santos, enfatiza que muitos produtores e indústrias por iniciativa própria, reduziram a produção para evitar ao máximo repassar a alta nos preços do milho para o consumidor. Santos destaca que o empenho do setor em segurar para si todo esse problema torna inadmissível responsabilizar a cadeia produtiva, como se quisesse impor gratuitamente um aumento sobre o público.
“Nós vemos os consumidores como parceiros e os protegemos de qualquer majoração de preço, pois queremos continuar sendo a proteína animal mais acessível na mesa de todos”, destaca. O dirigente ainda ressalta que
comparações com índices inflacionários são incompatíveis com a realidade formada por todos os entraves que pressionam o sistema de produção avícola. “Esse tipo de relação é superficial e tem o intuito de ‘vilanizar’ o setor, lugar que não aceitamos ser colocados”, determina.
Para ficar mais claro, Santos exemplifica os impactos econômicos para o setor em 12 meses em relação ao milho. “Se antes o produtor ou indústria gastava R$19,2 mil para alimentar 10 mil aves (milho), hoje ele gasta R$40 mil, fato que justifica a reposição parcial dos custos na carne de frango”, esclarece.
Além do milho, o farejo de soja também é usado na produção de alimentação para as granjas. Em 12 meses, subiu em torno de 46,3%, o que se soma aos já elevados custos de produção que a avicultura gaúcha vive há, pelo menos, seis meses.
VEJA TAMBÉM
Suínos: entidades pedem ao governo isenção de PIS/Cofins para milho importado
Nesta quinta-feira, 13, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) com o apoio das doze entidades estaduais afiliadas, encaminhou um ofício a ministra da –
Leia MaisCom demanda fraca, preço da carne bovina segue recuando em São Paulo
O mercado físico do boi gordo segue sem grandes oscilações, a exemplo do início da semana. A oferta restrita do animal é contrabalanceada pela demanda –
Leia MaisMilho: colheita atinge 85% da área no Rio Grande do Sul
A colheita do milho atinge 85% da área no Rio Grande do Sul, com avanço semanal de 1 ponto percentual. Em igual período da safra –
Leia MaisBoi: diferença entre preço da arroba e carne diminui em SP
Enquanto os valores da arroba do boi gordo se enfraqueceram levemente nestas primeiras semanas de maio, os preços da carcaça casada bovina – negociada no –
Leia MaisSuínos: preço do animal vivo e da carne enfraquecem, diz Cepea
Diferentemente do esperado por agentes do setor consultados pelo Cepea, os preços da carne suína e do animal vivo estão em queda nesta primeira quinzena –
Leia MaisBRF reverte prejuízo e anota lucro líquido de R$ 22 milhões no 1º trimestre
A BRF registrou lucro líquido de R$ 22 milhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo o prejuízo de R$ 38 milhões reportado no primeiro trimestre –
Leia MaisBoi gordo: oferta de pasto continua reduzida nas maiores regiões produtoras
Mais um dia de estabilidade no mercado físico de boi gordo. A oferta de pasto continua a se reduzir nas maiores regiões produtoras do país, –
Leia MaisBRF reverte prejuízo e tem lucro líquido de R$ 22 mi no 1º trimestre
A BRF reportou um lucro líquido das operações continuadas de R$ 22 milhões no primeiro trimestre de 2021, revertendo o prejuízo de R$ 38 milhões –
Leia MaisMercado do boi gordo deve ter preços baixos até junho, diz Safras
O mercado físico de boi gordo registrou preços mistos nesta quarta-feira, 12. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, o viés segue –
Leia MaisCarne de frango: Arábia Saudita quer reduzir prazo de validade para apenas 3 meses
A Arábia Saudita pretende reduzir o prazo de validade (shelf life) da carne de frango in natura comercializada no país, de um ano para três –
Leia Mais