Produção de perus: jejum pré-abate evita perdas no frigorífico
Na produção de perus, entre as etapas que antecedem o abate estão jejum, apanha e transporte. O período de jejum deve ser respeitado para não haver contaminação da carcaça nos frigoríficos.
De acordo com o analista de planejamento Ronaldo Casagrande, são 3 categorias de abate para os perus: macho com 140 dias, fêmeas com 110 dias e fêmeas leves com 62 dias de vida. O fornecimento da ração é suspenso para facilitar a passagem do alimento pelo sistema digestório do animal. O jejum pré-abate deve começar 3 horas antes do carregamento. “Mas o tempo total vai depender da distância da granja ao abatedouro. Se for muito próximo, acabamos sugerindo até 4 horas de jejum para ficar dentro do período entre 8 a 12 horas de jejum total, do corte da ração ao horário programado para o abate. O carregamento e o descanso no frigorífico também entram no cálculo do tempo”, diz.
Contaminação da carcaça
Ronaldo destaca que se o tempo de jejum ultrapassar o período indicado, pode ocorrer extravasamento no momento do abate, sujando a carcaça. “As vísceras ficam muito frágeis e podem ser rompidas no momento da evisceração, contaminando a carcaça e rendendo prejuízos, ou seja: perdendo carne”, explica ele. O problema é grave e, portanto, o jejum deve ser bem realizado. A ração deve ser mantida até o horário da retirada e inclusive sobrar nos pratos. “Já o jejum muito curto resulta em papo cheio, que é outro problema. Aí temos ração na linha do abate, o que suja a carcaça e também resulta em perdas. O horário indicado para o jejum deve sempre ser respeitado”, reforça.
Carregamento e apanha
No dia do carregamento, a luz do galpão deve ficar ligada para as aves ficarem mais calmas. Durante a apanha, o animal está mais propenso ao estresse. O produtor deve acompanhar o período e movimentar as aves para garantir um jejum eficiente, que não gere comprometimento depois no abate e perdas significativas para a indústria, alerta Casagrande. Partes nobres do animal como peito, coxa, sobrecoxa e asas são frequentemente as mais atingidas. Perus são animais pesados, mas, graças à tecnologia, a apanha para o caminhão pode ser realizada com a ajuda de equipamentos. Para facilitar e agilizar o sistema de apanha, os lotes podem ser divididos. Lembrando que a fêmea é embalada inteira, e por isso a aparência da carcaça deve estar perfeita.
Na hora do transporte dos animais, é preciso manter o conforto térmico e a densidade adequadas, como explica o analista de logística Claudimar Coelho. “No transporte de perus, para garantir o bem–estar animal, todos os nossos veículos são rastreados. Temos um protocolo de número de aves por gaiolas e três tipos de peso de aves: para fêmea leve, de 4 a 5 quilos, colocamos seis aves por gaiola. Para fêmea pesada, de 11 a 12 quilos, 4 aves por gaiola. Para macho pesado, 20 a 22 quilos, 2 aves apenas por gaiola. Em nossas gaiolas, o peso máximo é de 50 quilos. O peru tem essa diferença: temos que transportar em 3 etapas. São 3 tipos de transporte, porque são 3 pesos diferenciados”, diz.
Gostou desse tema ou quer ver outro assunto relacionado à avicultura? Envie sua sugestão para ligados@canalrural.com.br
VEJA TAMBÉM
Tilápia: preços divergem entre as regiões em julho
As cotações da tilápia estiveram em direções opostas ao longo de julho dentre as regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo agentes consultados pelo Cepea, a baixa –
Leia MaisBoi: preços do arroba estão enfraquecidos
Os preços do boi gordo para abate estão enfraquecidos neste mês, operando em torno de R$ 300 e chegando a fechar pontualmente abaixo desse patamar. –
Leia MaisSuínos: competitividade de carne suína frente às substitutas diminui em agosto
Enquanto a média de preços da carne suína registra forte elevação nesta parcial de agosto, as carnes bovina e de frango se desvalorizaram. Esse movimento, –
Leia MaisCarne bovina: preço em julho tem valorização de 1,99% no Mato Grosso
Em julho de 2022, a restrição na oferta de animais terminados em Mato Grosso e São Paulo, somada às exportações aquecidas no período, influenciou para –
Leia MaisCarne bovina: exportações do Mato Grosso concentram 99,28% de volume no Arco Sul
Diferentemente do cenário observado no setor de grãos, as exportações de carne bovina ainda se concentram no Arco Sul com 99,28% de representatividade no acumulado –
Leia MaisFrango: embarques de carne de frango à China recuam mais 19%
As vendas de carne de frango à China registraram queda entre junho e julho. Segundo dados da Secex compilados pelo Cepea, 37,6 mil toneladas de –
Leia MaisSuínos: preços da carne e do vivo sobem, demanda está aquecida
As cotações do suíno vivo no mercado independente e da carne registraram aumento neste início de agosto, de acordo com informações do Cepea. A intensificação –
Leia MaisBoi: preço médio da carne bovina é o menos desde do mês de outubro de 2019
O preço médio da carne bovina (carcaça casada), negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, está em R$ 20,20/kg na parcial de agosto (até –
Leia MaisMato Grosso aumenta exportação de carne bovina para o Reino Unido
Mato Grosso tem aumentado as exportações de carne bovina para o Reino Unido desde o Brexit, processo de saída dos países britânicos do Bloco Econômico –
Leia MaisCarne bovina: abate de julho totalizou 462 mil cabeças em MT
Em julho de 2022, o abate total de bovinos foi 3,74% superior ao registrado em jun.22 e totalizou 462,17 mil cabeças de animais. Esse cenário –
Leia Mais