21 de abril de 2021 às 19h47

Produtores de leite relatam dificuldades e pedem mais recursos no Plano Safra

Os produtores de leite seguem pedindo um olhar atento do governo federal para a situação da cadeia produtiva. O momento é oportuno, já que o orçamento da União passa por discussão e análise, e, se aprovado como está, poderá ter impacto nos recursos do próximo Plano Safra 2021/2022.

A crise provocada pelos altos custos de produção do leite, recuo dos preços pagos ao produtor, as importações e diminuição do consumo por parte da população que perdeu renda, por causa da pandemia da Covid-19, são fatores que exigem uma gestão eficiente para se manter na atividade. O setor alerta que alguns produtores estão abrindo mão da criação, vendendo os animais para pagar as contas do mês.

Awilson Viana é produtor de leite no município de Candeias (MG), e um dos líderes do Movimento Inconfidência Leiteira. Ele diz que está complicado alcançar a rentabilidade esperada com a produção.

“Temos um problema, hoje, gravíssimo com os custos nas alturas. O preço ao produtor não tem reação e o mercado interno está frio devido às consequências econômicas e sanitárias que nós vivemos. Um mercado externo aquecido, mas que ainda não reflete o preço na nossa remuneração. Nós precisamos de mais aporte financeiro para o setor agrícola, principalmente, para os pequenos produtores, da agricultura familiar em vista da situação econômica que nós temos. A agricultura familiar é quem traz a comida para dentro das casas dos brasileiros. Nós precisamos de mais recursos e não de diminuição”, reforça Viana.

Leonel Fonseca também é produtor de leite no município de Pelotas (RS). Ele conta que a maioria dos produtores está vendendo as matrizes para os frigoríficos para pagar as contas e que o modelo de relação com a indústria está ultrapassado.

“A gente vem trabalhando com extrema dificuldade, com margens negativas porque, além da pandemia da Covid-19, estamos sofrendo um aumento dos insumos inerentes à produção de leite. Esse modelo ultrapassado com mais de 30 anos, que nós temos, não nos serve mais. O cenário, que a gente está vendo, é um desmonte da cadeia. A gente precisa de políticas públicas de Estado. Não dá mais para a gente trabalhar sem o mínimo de garantia jurídica na nossa atividade , sem o mínimo de previsibilidade do que iremos receber. Nós contratamos os nossos insumos e após produzirmos por 40 dias nosso produto, precificam ele. A grande maioria dos produtores, para poder honrar os seus compromissos, está vendendo matrizes para frigoríficos para se manter na atividade”, conta Fonseca.

Marco Sérgio Batista Xavier, produtor de leite em Goiás, diz que é necessária uma política pública específica para a atividade leiteira ganhar mais competividade e que seja considerada a realidade e a opinião de quem produz.

“O consumidor e a sociedade não têm ideia como é a atividade do produtor de leite. O nosso problema maior não é da porteira para dentro, é da porteira para fora. Nós estamos de forma insistente tentando alterar essa situação, para que as relações entre o produtor de leite e as indústrias, seja de forma mais digna. Nós queremos que surjam ações governamentais, mas com a nossa atuação da classe, porque nós não queremos soluções dentro de gabinete como uma surpresa para nós, sem fazer as interferências necessárias da porteira para fora. O nosso custo é feito em soja, milho, diesel, energia elétrica, adubo, ureia e o custo Brasil. Nós queremos estar extremamente competentes dentro da cadeia láctea, concorrer com qualquer país”.

Para o produtor Reinaldo de Boer, de Castro (PR), antes de promover cortes no orçamento, o governo precisa olhar com mais atenção para a produção leiteira. Ele reforça a importância social e econômica para a atividade.

“É um setor que está em 99% dos municípios do país. É uma questão social como os produtores têm frisado. Esse corte no orçamento para o setor seria muito ruim, no momento, uma vez que o setor atravessa uma crise , principalmente, em custos, que estão altíssimos. Está bem difícil trabalhar com o setor. Eu acho que esse governo tem que socorrer um setor que gera tanto emprego”, afirma o produtor.

De acordo com Rafael Hermann, coordenador do Movimento Construindo Leite Brasil, afirma que o Ministério da Agricultura tem dado atenção aos produtores, mas os problemas do setor ainda seguem sem solução.

“Nós últimos meses, a gente teve, através do governo federal, a notícia do crédito retenção de matrizes, que não foi bem aceito pela classe porque são somente dois anos para pagar . Eu acho que nós precisamos de um crédito com uma carência, um prazo de três a quatros anos para pagar porque o produtor brasileiro, enfrenta uma situação bem difícil, através das importações onde não se pode mexer. As indústrias importaram o que puderam, inundaram o mercado interno, derrubando os preços internos aos produtores. Somos praticamente um milhão 175 mil propriedades produzindo leite e nós precisamos um pouco mais de atenção”, diz Hermann.

Geraldo Borges, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), destaca que o setor precisa de mais crédito oficial. Ele espera um aumento no volume dos recursos ofertados.

“O preço do leite para o produtor está muito baixo e os insumos muito altos. Esperamos que no Plano Safra, o governo federal  possa melhorar o que vai ser oferecido, principalmente,  aos pequenos e médios produtores de leite do país onde a Abraleite vem cobrando e  pedindo soluções ao governo federal”.

 

06/05/2021 às 12h31

Evitar síndromes pós-parto é essencial para garantir leitegadas saudáveis

Muitos cuidados devem ser tomados nos momentos que antecedem o nascimento dos leitões. De acordo com o extensionista Rangel Hertzog, entre os processos podemos destacar –

Leia Mais
06/05/2021 às 10h54

Grupo propõe dobrar área com ILPF no Brasil até 2030

A Associação Rede ILPF lançou um desafio para o Brasil em um dos painéis on-line do 2º  Congresso Mundial sobre Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (WCCLF –

Leia Mais
06/05/2021 às 06h31

Chuvas irregulares podem afetar 2ª safra de milho em MG

O clima mais seco vem trazendo preocupações para as lavouras de milho safrinha em boa parte do país. Essa situação é verificada no Noroeste de –

Leia Mais
05/05/2021 às 20h38

‘Carne bovina: produtor deve agir com profissionalismo para atender mercado interno’

Em entrevista ao Canal Rural, Francisco Manzi, diretor técnico da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) destacou os principais pontos do mercado do boi –

Leia Mais
05/05/2021 às 19h21

Oferta de bois avança no Centro-Sul e preço da arroba segue em queda

O mercado físico de boi gordo registrou mais baixos nesta quarta-feira, 5, na maioria das regiões de produção e comercialização do país. Segundo o analista –

Leia Mais
05/05/2021 às 13h04

Sem estratégia, prejuízo do pecuarista pode aumentar, diz Faesp

O atual poder de compra de pecuaristas paulistas frente ao milho é o pior desde junho de 2016. Além desse fator, os valores da reposição –

Leia Mais
05/05/2021 às 12h37

Minerva Foods tem lucro líquido de R$ 259,5 mi no 1º trimestre

A Minerva Foods registrou lucro líquido de R$ 259,5 milhões no primeiro trimestre de 2021. O valor representa queda de 4,3% ante o lucro de –

Leia Mais
05/05/2021 às 10h32

Carnes: BRF investirá R$ 292 milhões em aves no Paraná

A BRF anunciou que vai investir R$ 292 milhões até 2022 na ampliação e modernização de suas unidades industriais no Paraná. Além disso, vai retomar –

Leia Mais
05/05/2021 às 09h31

Boi gordo: pressão baixista continua no mercado à vista

Terça-feira, 4, com movimento considerado mediano no mercado spot de boi gordo. A pressão baixista continua a perdurar, dado a aparição, ainda que considerada pequena, –

Leia Mais
05/05/2021 às 09h01

Milho: expectativa de segunda 2ª safra menor sustenta preço em alta

A expectativa de menor produção de milho 2ª safra e a retração dos vendedores de milho sustentam os negócios realizados em Campinas/SP no nível de –

Leia Mais