Programa vai apoiar 100 pecuaristas na produção sustentável de bezerros no Pantanal
Um programa de produção sustentável de bezerros vai apoiar 100 pecuaristas do bioma Pantanal em Mato Grosso na transição de propriedades com produção de baixa tecnologia para alta performance. O objetivo da iniciativa é aumentar a renda da porteira para dentro e garantir maior sustentabilidade na cadeia de fornecimento da região.
- Pecuarista investe na qualidade das pastagens para aumentar produção de carne
- É normal o bezerro Senepol crescer mais devagar que os zebuínos?
O projeto no Pantanal está começando pelo município de Cáceres e abrange uma área de 65 mil hectares, sendo 35 mil de vegetação nativa, com propriedades de pequeno, médio e grande porte. Os criadores de bezerros receberão assistência técnica para regularização fundiária e ambiental, intensificação da produção, restauração de áreas naturais, apoio para acessar investimentos e mercados. Até 2023 serão investidos mais de 615 mil euros no programa pela iniciativa para o comércio sustentável.
A diretora executiva da IDH no Brasil e do Programa de Paisagens Sustentáveis na América Latina, Daniela Mariuzzo, ressalta que a pecuária pantaneira acontece há séculos e está sob o risco crescente devido às mudanças climáticas. “Isso impacta as atividades econômicas, pressionando o pecuarista a migrar para outras regiões e diminuindo o rebanho. Com nosso Programa será possível implementar medidas de mitigação desses riscos e de aperfeiçoamento para tornar a atividade mais sustentável e economicamente viável”, destaca.
“Atuamos como agentes de transformação ao longo da cadeia de valor, incentivando produtores e fornecedores a adotarem as melhores práticas sustentáveis no campo e fortalecendo os vínculos de confiança com a sociedade”, avalia Lucio Vicente, Diretor de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade do Grupo Carrefour Brasil. “Além disso, com a profissionalização da atividade de cria, a iniciativa também promove geração de renda e inclusão socioeconômica de produtores em situação de vulnerabilidade”, complementa.
A presidente do sindicato rural de Cáceres Ida Beatriz Machado de Miranda Sá, considera o programa inovador. Ela ainda agradeceu a confiança e a oportunidade de integrá-lo.
“Esse programa é de suma importância para alavancarmos os pequenos empreendimentos para que possamos entregar bezerros diferenciados para essa nova tendência que vem por aí, que é o carbono zero. Para o sindicato é muito bom porque é uma confiança dos parceiros nas nossas atividades, já estamos nos organizando com toda questão fundiária informação da propriedade rural do gado, para isso levar genética, tecnologia e gestão diferenciada para esse produtor do pantanal cacerense”.
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Oswaldo Pereira Ribeiro Junior, destacou que sempre haverá obrigações a cumprir com o Pantanal mato-grossense, pois foi nesse bioma que surgiu a pecuária no estado que, hoje, contribui fortemente para a economia. “Haveremos de vencer os desafios encontrados e, que serão muitos, mas certamente teremos no Pantanal a continuidade da produção com a necessária sustentabilidade e atendimento das especificidades da região”, reforçou.
O programa de produção sustentável de bezerros vem sendo implementado em Mato Grosso desde 2019, no Vale do Araguaia e Vale do Juruena, em parceria com a Acrimat, onde são atendidas 200 propriedades. Nessas regiões a meta é apoiar 457 pecuaristas até o final de 2022 com investimentos de 3,5 milhões de euros.
“A gente vem investindo junto com a Fundação Carrefour, Acrimat e outros parceiros na produção sustentável de bezerro para garantir que os pequenos e médios produtores de bezerros se mantenham competitivos e inseridos na cadeia de produção sustentável”, afirma a especialista de carbono do IDH, Marcela Paranhos.
“Esse programa é fundamental para pecuária, porque hoje o grande gargalo da está na produção de bezerro. Conseguimos intensificar a recria e engorda, mas não se intensificou a cria, então a promoção da cria para que você crie esse gargalo para produção de animais para abate é essencial”, pontua o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Normando Corral.
VEJA TAMBÉM
Argentina reabre mercado bovino para exportar ao Uruguai
Depois de quase dois anos de negociações, a Argentina voltará a exportar bovinos de criação e de engorda para o Uruguai, depois que o serviço –
Leia MaisArgentina reabre mercado bovino para exportar ao Uruguai
Depois de quase dois anos de negociações, a Argentina voltará a exportar bovinos de criação e de engorda para o Uruguai, depois que o serviço –
Leia MaisPreço da carcaça casada bovina registrou valorização de R$ 0,60 por quilo
Como já esperado, o mercado atacadista encerrou a quinta-feira em cenário positivo. O preço da carcaça casada bovina registrou valorização de R$ 0,60 por quilo, –
Leia MaisCarne de frango: demanda mais aquecida leva à alta do produto inteiro congelado
A procura por carne de frango aumentou no mercado interno e os preços subiram na última semana. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia –
Leia MaisAtividade de confinamento seguirá rentável em 2021, diz DSM
O gerente de categoria Confinamento da DSM, Marcos Baruselli, destacou nesta quinta, 4, durante a apresentação dos resultados do Tour de Confinamento DSM 2020, que, –
Leia MaisDemanda externa por carne bovina continua aquecida, diz Minerva
O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Minerva Foods, Edison Ticle, afirmou nesta quarta-feira, 3, que a demanda externa por carne bovina continua –
Leia MaisSuínos: liquidez do animal vivo cai, mas exportação da carne aumenta
A liquidez diminuiu no mercado de suíno vivo entre o fim de fevereiro e o início de março. Colaboradores do Cepea relatam que a dificuldade –
Leia MaisCarne bovina: preços no Brasil devem permanecer altos, diz Rabobank
A falta de oferta empurrou os preços do boi gordo no Brasil para território positivos, após o recorde temporário registrado em novembro de 2020, segundo –
Leia MaisMilho: Imea reduz previsão de produção em safrinha em Mato Grosso
O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) reduziu a previsão de produção de milho em segunda safra na temporada 2020/21 em Mato Grosso, de 36,294 –
Leia MaisExportações semanais de carne bovina dão fôlego para as cotações do boi gordo
O mercado de boi gordo voltou a “ganhar” pressão de alta. Mesmo com o atacado interno sofrendo para repassar as altas do boi gordo para –
Leia Mais