Com retenção de fêmeas, abate de bovinos está 11% menor em MT
De janeiro a maio deste ano, o abate de bovinos em Mato Grosso registrou queda de 11%, totalizando 1,8 milhão de cabeças. Em mesmo período do ano passado, o volume foi de 2,04 milhões. A queda no abate no estado é explicada pela maior retenção de fêmeas observados neste ano.
A fazenda Estrela do Sul em General Carneiro, tem um rebanho de 1050 cabeças de gado, de mamando a caducando. Do total de animais, 650 são matrizes. Há três anos, a propriedade investe no sistema de cria. Uma estratégia que tem melhorado os resultados ano a ano.
- Novilhas prenhes em até 15 meses? Com novo sistema é possível
- Abate de bovinos despenca 10% enquanto suíno e frango batem recorde
“Neste ciclo que eu desmamei o rebanho, eu tive um aumento de produtos de 12,14% em relação ao ano passado, justamente por hoje eu estar fazendo a inseminação artificial. Com isso a gente conseguiu ter um melhor desempenho com as nossas matrizes”, conta a pecuarista Maria Ester Tiziani Fava.
Em outra propriedade no município mato-grossense de Cocalinho, o rebanho de fêmeas também ocupa lugar de destaque. Mesmo com a procura aquecida no mercado, o produtor mantém a retenção de novilhas, com foco no melhoramento do plantel.
“O mercado está aquecido. Hoje a bezerra está quase chegando no preço do bezerro o que nunca aconteceu. Como nós estamos fazendo plantel que a gente põe muita genética no gado, nós retemos todas as bezerras, só descartamos bezerras que tem algum defeito genético, e novilhas que não emprenham cedo. Sempre retemos todas as fêmeas e vendemos todos os machos”, diz a pecuarista Carmem Bruder.
Para o gerente de relações institucionais da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) Nilton Mesquita Júnior, apesar da redução nos números de abate, o resultado do ano pode ser considerado positivo.
“Temos uma quantidade de animais que a gente chama de estoque excepcional. Os números apresentados são robustos, de uma base fortalecida, até porque um rebanho de 31 milhões de cabeças seria o nono rebanho do mundo, um rebanho não só apurado geneticamente, mas produzido de maneira diferenciada. Então são números consolidados”, pontua.
Abate de bovinos por região
O maior recuo no abate de bovinos em Mato Grosso no acumulado do ano até maio, aconteceu na região noroeste do estado. Por lá, a queda nos abates foi de 22,3% nos cinco primeiros meses deste ano.
Nilton Mesquita Júnior explica que a atividade pecuária no estado vive um momento regido pela economia na bovinocultura.
“Hoje, o bezerro é um item muito valorizado dentro da cadeia, e a região noroeste tem a maior quantidade de cabeças aptas para reprodução. Também é uma região com uma logística mais problemática porque nem todas as rodovias estão asfaltadas e o escoamento de um animal adulto é mais complicado. Sendo assim, a base da cria e recria é o valor mais econômico do que animais terminados. A vantagem da retenção é que a gente pode trabalhar estes animais para serem melhorados geneticamente, e, no futuro próximo, ter uma quantidade de animais maior”.
Apesar da queda no acumulado do ano, o abate de animais em maio foi 10,6% superior ao de abril, onde mais de 392 mil bovinos foram abatidos. A alta foi puxada pela maior entrega de animais machos, já que muitos produtores negociaram lotes maiores diante da aproximação da entressafra, segundo o gerente de relações institucionais da Acrimat.
“Agora é um período seco e nós temos uma redução das pastagens e estes animais são ofertados nesse período. Os números pecuários deste ano são interessantes porque o diferencial de base entre São Paulo e Mato Grosso vem reduzindo, significando a valorização do boi mato-grossense. O peso de carcaça de terminação do animal no estado tem reduzido a idade e aumentado o volume. Estamos produzindo um animal mais pesado em menos tempo”, ressalta.
VEJA TAMBÉM
Carne bovina: exportações de julho atingem 46,5 mil toneladas em MT
Em julho, as exportações mato-grossenses de carne bovina alcançaram o segundo maior volume de 2022, com 46,51 mil toneladas em equivalente carcaça (TEC) embarcadas. Esse –
Leia MaisOvos: cotações registram alta na primeira semana de agosto
Os preços dos ovos comerciais estão em movimento de alta neste início de agosto e já reverteram as quedas registradas no encerramento de julho. Segundo –
Leia MaisMilho: disparidade entre preços de compra e venda reduz liquidez no Brasil
A disparidade entre os preços ofertados por compradores e pedidos por vendedores reduziu a liquidez no mercado doméstico de milho. Segundo pesquisadores do Cepea, os –
Leia MaisSuínos: quantidade exportada aumenta, mas preço pago pela carne nacional cai
As vendas externas dos produtos suinícolas in natura tiveram um forte incremento de junho para julho. No entanto, o preço pago pela tonelada da carne –
Leia MaisBoi: receita arrecadada com embarques de julho é recorde
A receita obtida com as exportações de carne bovina in natura em julho é a maior da história. Conforme dados da Secex, o total arrecadado –
Leia MaisPreços da carne brasileira caem no Egito
O Ministério de Abastecimento e Comércio Interno do Egito decidiu reduzir os preços da carne bovina brasileira nos seus pontos de venda em 12%, para –
Leia MaisSuínos: quantidade exportada aumenta, mas preço pago pela carne nacional cai
De acordo com a análise dos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), as vendas externas dos produtos suinícolas in natura tiveram –
Leia MaisBoi: receita arrecadada com embarques de julho é recorde
A receita obtida com as exportações de carne bovina in natura em julho é a maior da história. Conforme dados da Secex, o total arrecadado –
Leia MaisCarnes: abates bovinos na Colômbia atingem 739 mil cabeças no 2T22
As exportações colombianas de carne bovina alcançaram 7 mil toneladas no 2T22, totalizando uma receita de US$ 32 milhões, segundo informações divulgadas pela Minerva Foods –
Leia MaisCarne bovina: exportações da Argentina aumentam 22%
As exportações argentinas no segundo trimestre de 2022 totalizaram 159 mil toneladas, uma alta de 19% na comparação trimestral e de 7% quando comparado ao –
Leia Mais