06 de abril de 2021 às 09h29

Sensores detectam cio de vacas com seis horas de antecedência

Saber de forma rápida e precisa quando as vacas estão no cio é determinante para o planejamento reprodutivo em uma fazenda. A Embrapa Gado de Leite, de Minas Gerais, desenvolveu uma tecnologia que promete ajudar os pecuaristas. Sensores coletam dados sobre o consumo dos animais e detectam o cio com horas de antecedência.

vacas se alimentam menos no cio

Foto: Rubens Neiva/Embrapa

A técnica nasceu de uma descoberta de pesquisa conduzida pelo mestrando em Zootecnia Frederico Correia Cairo, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB). Os estudos foram feitos em parceria com a Universidade de Wisconsin-Madison (Wisc), nos Estado Unidos, e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Os resultados mostraram que a variação no consumo e comportamento de ingestão de água e alimento de uma vaca leiteira é capaz de revelar se o animal irá entrar no cio com até seis horas de antecedência e garante maior precisão em relação à observação visual na fazenda.

“Sensores em cochos e bebedouros eletrônicos permitem identificar variações no consumo de alimento e água, causadas pela manifestação do estro (cio) em vacas leiteiras”, diz o pesquisador da Embrapa Luiz Gustavo Ribeiro Pereira, que orientou as pesquisas.

A mudança no comportamento alimentar das vacas, quando estão próximas de manifestar o cio, foi a base para o desenvolvimento de modelos computacionais no laboratório do professor João Dórea, da Universidade de Wisconsin. Segundo ele, esses modelos irão permitir a produção de sensores para a identificação precisa e acurada de cio nas fazendas leiteiras.

“A pecuária de precisão tem evoluído bastante nesse aspecto e o estudo confirma a possibilidade de inclusão da funcionalidade ‘detecção de estro (cio)’ em chochos e bebedouros eletrônicos”, afirma a Mariana Campos, coorientadora do estudo e também pesquisadora da Embrapa.

Cairo, agora mestre em Zootecnia, diz que o estudo abre a possibilidade para o desenvolvimento de novos dispositivos e sensores que possibilitem identificar as variações do comportamento hídrico/alimentar causadas pelo estro. “Cochos e bebedouros eletrônicos que geram dados de forma automática ainda não apresentam a funcionalidade de gerar alertas de estro”, relata. Segundo ele, essa funcionalidade seria importante para melhorar o manejo reprodutivo na fazenda, evitando a perda de cios.

vacas se alimentam menos no cio 2

Foto: Embrapa

Vacas consomem menos no cio

Já era sabido que a manifestação de estro causa redução no consumo e comportamento alimentar. A pesquisa, realizada no campo experimental da Embrapa em Coronel Pacheco (MG), avaliou como ocorrem essas alterações no comportamento do animal, além de desenvolver e avaliar modelos para a detecção antecipada do cio.

Para tal, foram avaliados o consumo de alimento e água em dois ensaios com novilhas holandês X gir. A observação visual foi feita três vezes ao dia por 30 minutos (7h, meio-dia e 17h) enquanto o comportamento alimentar/hídrico das vacas era obtido por um sistema eletrônico de cochos e bebedouros. Durante a pesquisa, foram observados 99 eventos de estro. Duas séries temporais de sete dias foram coletadas: uma representando sete dias incluindo o dia do estro e a outra por sete dias sem evento de estro.

Com o intuito de desenvolver modelos capazes de detectar o estro com horas de antecedência, as séries temporais foram fracionadas em intervalos de seis horas. Mariana Campos conta que para cada intervalo de seis horas, o total de consumo de alimento, os números de visitas ao cocho e ao bebedouro e os tempos gastos consumindo alimento e bebendo água foram computados.

“Todas as variáveis apresentaram declínio significativo no dia do estro em comparação com os dias anteriores e com a série de anestro: redução entre 25% e 35%”, revela a pesquisadora.

Pecuária de precisão

Há diferentes estratégias para identificar o cio nos animais do rebanho. A observação visual é a mais tradicional. O produtor pode adotar um rufião, que montará a vaca com a presença de estro. Mesmo outra fêmea pode montar a vaca, mostrando que a inseminação pode ser efetuada.

Mas essa estratégia pode falhar, por erro ou descuido do observador, como explica Pereira: “O aumento do número de animais, da produtividade, além da redução de funcionários são mudanças que estão ocorrendo nos sistemas de produção de leite no País e é preciso adotar estratégias mais acuradas, que envolvam a pecuária de precisão”, defende o cientista.

Ele ressalta que a identificação do estro é um dos principais fatores responsáveis pela eficiência reprodutiva e que o desempenho reprodutivo ruim pode causar maior taxa de descarte de vacas e novilhas. “Mas, às vezes, o problema não é do animal, mas do observador, já que poucas vacas podem ser descritas como inférteis.” Dados apontam que cerca de 90% dos fatores para baixas taxas de detecção podem ser atribuídos ao manejo e apenas 10% à vaca.

O bom gerenciamento da reprodução do rebanho significa incrementar a produção e a lucratividade da atividade. “Para aumentar a eficiência de detecção do estro, o monitoramento automático do comportamento dos rebanhos leiteiros vem ganhando importância nos últimos anos”, lembra o autor da dissertação.

Cairo argumenta que a observação visual permite índices de detecção que podem variar de 50% a 90%. No entanto, o monitoramento constante da atividade reprodutiva do rebanho nem sempre pode ser feito devido à rotina das propriedades. “Os estudos envolvendo avaliação das variações que ocorrem em decorrência do estro são necessários para o desenvolvimento de algoritmos, que farão os sensores funcionarem, identificando as variações comportamentais relacionadas ao estro que sirvam de base para acionar alertas para a tomada de decisão”, conclui.

16/06/2021 às 17h46

Importação de milho transgênico dos EUA será permitida a partir de 1º de julho, diz CTNBio

As importações de milho transgênico dos Estados Unidos serão permitidas a partir de 1º de julho. Apuração da reportagem do Canal Rural em Brasília mostra –

Leia Mais
16/06/2021 às 17h37

Preço do boi gordo segue firme no mercado brasileiro; veja as cotações

O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta quarta-feira.  Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos operam com –

Leia Mais
16/06/2021 às 16h16

Suínos: queda no preço na China indica que produção local está em forte alta, diz Safras

Segundo dados do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China, os preços da carne, do leitão e do suíno vivo estão derretendo no interior –

Leia Mais
16/06/2021 às 14h15

‘Regras para importação de milho transgênico precisam ser revistas’

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, a CTNBio, deve anunciar nesta semana seu posicionamento sobre a importação de milho transgênico dos Estados Unidos. A medida –

Leia Mais
16/06/2021 às 10h35

Touro líder em vendas de genética nelore irá se aposentar

Um dos principais fornecedores de genética nelore no país, o touro Truck da fazenda Alô Brasil, irá se aposentar na próxima semana. O animal é –

Leia Mais
16/06/2021 às 10h31

Covid-19: ABPA lança campanha para reforçar cuidados contra a doença

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) iniciou ontem (15) uma nova campanha nas redes sociais para reforçar aos colaboradores a importância dos cuidados fora –

Leia Mais
15/06/2021 às 18h44

Em alta, arroba do boi registra preços acima da referência média

O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta terça-feira, 15. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, alguns negócios foram –

Leia Mais
15/06/2021 às 18h08

Carne bovina: governo argentino garante retomada das exportações na próxima semana

O ministro de Desenvolvimento Produtivo da Argentina, Matías Kulfas, garantiu que está “na reta final” para  anunciar as novas medidas que o Governo Nacional tomará –

Leia Mais
15/06/2021 às 13h05

Carne bovina: Imac defende abertura de novos países para Mato Grosso

As exportações de carne bovina de Mato Grosso atingiram o segundo mês consecutivo de queda. Após o bom desempenho de março, houve redução das vendas –

Leia Mais
15/06/2021 às 12h04

Carne bovina: Mato Grosso exporta 31,56 mil toneladas em maio, diz Imea

Segundo dados divulgados pela Secex, em maio de 2021 Mato Grosso exportou cerca de 31,56 mil Toneladas em Equivalente por Carcaça (TEC) de carne bovina, –

Leia Mais