Suínos: preço ao produtor se recupera, mas de forma lenta
O mês de junho está sendo de lenta retomada do fôlego dos suinocultores, com recuo do preço do milho e do farelo de soja e recente recuperação do preço pago pelo suíno, permitindo que se projetem margens positivas, ainda que pequenas na maioria das praças. A análise é da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).
- Consumo de proteína animal está presente em 98% dos lares brasileiros
- Preço do suíno sobe no início de junho com oferta limitada
Com frango em alta, apresentando preços nominais recordes e, a diferença (spread) entre o kg da carcaça suína e o frango (kg resfriado) no atacado de São Paulo que, historicamente oscila entre 60 e 80%, mas no final de maio chegou a se aproximar de 30% durante alguns dias, fechando o mês com 41,2%, era visto como uma distorção que não poderia perdurar por muito tempo.
Segundo avaliação da entidade, ou o frango cairia de preço ou o suíno reagiria. Para alento dos suinocultores a segunda opção tem se concretizado e a carcaça suína no final da terceira semana de junho ultrapassou os R$ 11,00 por quilo. Apesar desta recuperação do preço da carcaça, que refletiu no aumento do valor pago ao produtor, não há motivo para euforia, pois a volatilidade do mercado está muito alta.
As exportações brasileiras de carne suína in natura no acumulado de janeiro a maio/21, comparado com o mesmo período do ano passado, cresceram 20,51% (+68,5 mil toneladas) no total e de 26,82% (+48,7 mil toneladas) para a China. Entretanto, especificamente o mês de maio de 2021, mostrou estabilidade nos volumes em relação a maio/2020, com aumento de apenas 0,7%, indicando que, daqui para frente, a tendência é de que o crescimento em relação ao ano passado seja menor, fechando o ano com algo ao redor de 10% de incremento total dos embarques.
Por outro lado, a China, que no acumulado ano responde por mais de 57% dos nossos embarques, emitiu um alerta sobre a queda excessiva nos preços dos suínos. Segundo o órgão oficial, a proporção média entre os preços de suínos e grãos caiu abaixo de 6:1, e os preços dos suínos vivos caíram cerca de 60% desde janeiro de 2021, operando atualmente a US$ 2,29 por kg vivo, o menor nível em dois anos.
Segundo a embaixada brasileira em Pequim, os dados de vendas de suínos divulgados por empresas públicas apoiam a avaliação da forte recuperação do estoque de suínos. Nos primeiros cinco meses de 2021, as dez maiores empresas de suínos da China venderam juntas 29,02 milhões de animais, um aumento de 89% em relação ao mesmo período do ano passado. Especialistas cogitam a possibilidade de ocorrer redução nas importações chinesas de carne suína no segundo semestre de 2021, o que gera preocupação no setor.
Instabilidade no mercado de suínos
Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o mercado está bastante instável, tanto na demanda doméstica, quanto no comportamento da China. “Da mesma forma, o mercado de grãos deverá ter oscilações relevantes daqui até o fim da colheita da segunda safra brasileira e início da colheita da safra norte-americana. O produtor deve ficar atento a estes movimentos e identificar janelas de oportunidades para a compra de seus insumos e o escoamento de sua produção, pois neste ambiente de volatilidade a especulação torna-se mais intensa.”
VEJA TAMBÉM
Carne bovina: empresa do México visita Argentina para iniciar exportação
O Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa), Rodolfo Acerbi, conduziu uma reunião final com uma delegação da empresa mexicana de alimentos Sigma, onde –
Leia MaisCarne bovina: custo de produção aumenta em Mato Grosso
O custo de produção da pecuária de corte em Mato Grosso em 2022 seguiu com a tendência de alta observada desde 2018. Segundo os dados –
Leia MaisOvos: poder de compra do avicultor cai pelo 5º mês consecutivo
Os preços dos ovos comerciais continuam em queda em janeiro frente aos de dezembro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Já os valores –
Leia MaisCarne bovina: exportações da Argentina geram US$ 3,431 bi em 2022
As exportações argentinas de carne bovina renderam US$ 3,431 bilhões em 2022, um aumento de mais de US$ 640 milhões do que no ano anterior, –
Leia MaisABCS diz que 84,1% do rebanho suíno de Alagoas foi vacinado contra a PSC
Em boletim divulgado na última sexta-feira (27), a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) informou que até agora, em 58 dias de trabalho, foram –
Leia MaisCarnes: 48% do rebanho bovino da Argentina é afetado pela seca
De acordo com a Bolsa de Comércio de Rosário (BCR), com dados do Sistema de Informação sobre Secas para a América do Sul (SISSA), 48% –
Leia MaisFrango: preço da carne de frango está em movimento de queda desde de dezembro
Os preços da carne de frango, negociada no mercado atacadista da Grande São Paulo, estão em queda desde dezembro de 2022, com o movimento se –
Leia MaisBoi: diferença entre os valores médios de macho e fêmea é recorde
A diferença média entre os preços das arrobas dos animais machos e fêmeas prontos para abate, ambos comercializados no mercado paulista, atingiu o maior patamar –
Leia MaisCarne suína: exportações atingem 53,980 mil toneladas em janeiro
As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 134,583 milhões em janeiro (15 dias úteis), com média diária de US$ 8,972 milhões. –
Leia MaisFrango: queda no preço do frango e alta nos insumos pressionam poder de compra do avicultor
As cotações do frango vivo têm registrado forte queda entre as médias de dezembro de 2022 e da parcial de janeiro (até o dia 18). –
Leia Mais