Suprimento da proteína segue estável, mesmo com queda na carne bovina
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que o suprimento de proteína animal para o mercado interno “permanece dentro da estabilidade”, apesar de algumas variações.
A estatal, que atualizou seu quadro de suprimentos de carnes bovina, suína e de frango, informa em nota que a produção de suínos e aves no país cresceu nos últimos anos, o que garantiu o abastecimento, enquanto a produção de carne bovina decresceu um pouco.
Segundo a Conab, para 2021, a estimativa é de um novo recorde na produção de frangos e suínos, chegando a 14,76 milhões de toneladas e 4,35 milhões de toneladas, respectivamente. “O índice tende a superar a quantidade registrada em 2020, quando o país teve 14,68 milhões de toneladas de frangos e 4,25 milhões de toneladas de suínos produzidos”, cita a nota.
Esses aumentos compensam a ligeira redução verificada para bovinos, com uma produção esperada próxima a 8,31 milhões de toneladas neste ano, volume pouco abaixo do consolidado em 2020.
Desta forma, a disponibilidade interna total de carnes, somando aves, suínos e bovinos se manteve estável em 2020, na comparação com o ano anterior.
- ‘Com população sem recursos, consumo de carne de frango aumenta’
- Carne bovina: Rússia tem grande poder de consumo, diz Benedito Rosa
Segundo a Conab, esta tenência de estabilidade deve se repetir em 2021, “uma vez que a expectativa aponte para uma leve redução no volume total ofertado, em torno de 1%”.
Já em relação ao consumo per capita, cada brasileiro adquiriu em média 49,9 quilos de carne de frango em 2020 (49,9 quilos por habitante por ano). Já em 2021 a estimativa é de queda, para 49,7 quilos, explicada pela expectativa do aumento das exportações e da população brasileira.
“Só as vendas para o mercado externo devem chegar a 4,15 milhões de toneladas neste ano, podendo superar o volume embarcado do produto em 2020, quando foram destinados 4,12 milhões de toneladas ao exterior”, diz a companhia.
Para a carne suína, a disponibilidade interna se mantém acima de 15 quilos por habitante no ano. O resultado é atingido mesmo com o aumento de 34,7% nas exportações em 2020, superando 1 milhão de toneladas. Para este ano, a tendência é que as vendas para o exterior se mantenham em patamares elevados, sendo a China o principal consumidor.
Já o setor de carne bovina teve aumento significativo nas exportações nos últimos anos. “Se compararmos o volume comercializado para fora do país em 2017 com o registrado em 2020, há um aumento de aproximadamente 37%, o que representa 723,7 mil toneladas a mais embarcadas”, cita o texto da Conab.
“Se analisarmos os dados a partir de 2015, percebe-se tendência de crescimento nas exportações e manutenção na oferta interna até o ano de 2018. A partir de 2019, a taxa de disponibilidade interna vem apresentando ligeiras reduções, muito em função dos abates de matrizes em anos recentes”, explica o diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sergio De Zen.
“Entre outros fatores que explicam essa diminuição, vale lembrar que, em meados de 2018, a China, maior consumidor de carnes no mundo, e responsável por praticamente metade do consumo de carne suína, registrou um surto de peste africana, que desequilibrou a oferta e demanda internacional do produto, gerando pressão em vários mercados”, ressalta De Zen. A
inda conforme a Conab, os números acompanham o cenário verificado pela Pesquisa de Abates de Animais divulgada trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que mostrou uma queda de 8,5% no abate de bovinos em 2020, enquanto de frangos e suínos atingiram os maiores níveis, totalizando novos recordes de 6 bilhões e 49,3 milhões de abates, respectivamente.
VEJA TAMBÉM
Brasil deve abater 31,517 milhões de bovinos em 2022, estima Safras
Os abates de bovinos no Brasil em 2022 devem atingir 31,517 milhões de cabeças, segundo projeções da Safras & Mercado, com um incremento de 7% –
Leia MaisRússia pode suspender exportações de milho e trigo nesta terça-feira
O Ministério Agrícola da Rússia, de acordo com a mídia local, pode suspender as exportações de cevada, milho e trigo de 15 de março a –
Leia MaisEspanha deve aprovar compra emergencial dos EUA e Argentina
A Espanha espera “nas próximas horas” aprovar compras emergenciais de milho da Argentina e dos Estados Unidos para ração animal após as lacunas de oferta –
Leia MaisColheita de milho atinge 8% da área na Argentina
A colheita de milho atinge 8% de avanço em nível nacional, quando há um ano era de apenas 4%, segundo o último relatório mensal do –
Leia MaisPlantio da safra 2021/22 de milho chega a 99,96% na Argentina
Levantamento semanal divulgado ontem (10) pelo Ministério da Agroindústria da Argentina indicou que o plantio de milho da safra 2021/22 atinge 99,96% da área estimada –
Leia MaisFrango: Com demanda aquecida, preços aumentam
A demanda por carne de frango se aqueceu neste início de mês, influenciada pelo recebimento dos salários por grande parte da população brasileira. Essa melhora –
Leia MaisSuínos: Brasil está apreensivo com o conflito no leste Europeu
O setor suinícola nacional está apreensivo com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Isso porque os custos dos principais insumos da atividade, milho –
Leia MaisPreço da arroba do boi no Brasil chega a R$ 350
O Indicador do boi CEPEA/B3 (estado de São Paulo, à vista) atingiu nesta semana a casa dos R$ 350,00, recorde nominal diário da série histórica, –
Leia MaisMarfrig encerra o quarto trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 650 milhões
A Marfrig Global Foods encerrou o quarto trimestre de 2021 com lucro líquido de R$ 650 milhões, queda de 44,5% ante o R$ 1,171 bilhão –
Leia MaisConflito entre Ucrânia e Rússia pode impactar pecuária do MT, diz Imea
Os conflitos entre a Ucrânia e a Rússia têm gerado impactos políticos e econômicos em todo o mundo, o que também traz um alerta quanto –
Leia Mais