SUÍNO

1º Simpósio da Suinocultura de Mato Grosso trás palestras sobre bem-estar animal

Projeto pioneiro de monitoramento de javalis e suínos asselvajados, além de palestra sobre prevenção à Peste Suína Africana.

Por Redação Canal do Criador
26 de novembro de 2021 às 15h02

A Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), com apoio do Fundo de Sanidade e Desenvolvimento da Suinocultura de Mato Grosso (FSDS), desenvolve o projeto “Vigilância de Javalis, Suínos Asselvajados e Híbridos” em Mato Grosso. O trabalho desafiador e pioneiro no país é realizado desde o início desse ano e visa o monitoramento das espécies alvo, além de mapear a distribuição geográfica desses animais no Estado e traçar estratégias para reduzir os riscos de disseminação de doenças. Devido à sua relevância, o tema será abordado no 1º Simpósio da Suinocultura de Mato Grosso, que é uma realização da Acrismat e ocorrerá no Buffet Alphaville, em Cuiabá (MT), na próxima terça-feira (30).

O coordenador do projeto, o médico veterinário da Acrismat, Igor Queiroz, que acompanha a execução do projeto, conta que o trabalho já visitou oito municípios do Estado e fiscalizou mais de 500 propriedades. “Estamos realizando um trabalho grandioso e sem precedentes no Brasil. Visitar essas propriedades in loco, aplicar questionário com os produtores, fiscalizar e vistoriar as propriedades têm sido desafiadoras, mas ao mesmo tempo satisfatório com o resultado alcançado até aqui”, conta.

Ele acrescenta que o objetivo é monitorar as espécies e analisar se há ou não riscos para a suinocultura comercial que possam causar grande impacto econômico na cadeia. “Vale lembrar que desde 2016, Mato Grosso conquistou o status de área livre de Peste Suína Clássica com reconhecimento internacional através de ações conjuntas entre FSDS, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Indea e apoio da Acrismat”, destaca Igor.

O projeto é dividido por etapas. A atual consiste em visitas a criatórios de suínos em um raio de 10 km de granjas comerciais e identificar indícios da presença desses animais. Nas próximas fases serão realizadas a captura deles para coleta de amostras sorológicas, sanguíneas, de tecidos, endoparasitas, entre outras amostras, para análises em laboratórios credenciados pelo Mapa. “Quaisquer amostras reagentes aos testes para enfermidades de notificação obrigatória, deverão ser encaminhadas aos laboratórios oficiais do Mapa”, explica Queiroz.

Peste Suína Africana

Apesar de estar erradicada no Brasil desde o fim da década de 1970, a confirmação de um foco de Peste Suína Africana (PSA) na República Dominicana, em julho deste ano, acendeu o alerta para a sanidade animal no Brasil. A PSA é uma doença viral que afeta apenas os suínos e é altamente contagiosa. Não tem cura nem tratamento, causando elevada mortalidade no rebanho. De acordo com pesquisadores, atualmente cerca de 78% dos rebanhos suínos do mundo estão em condição endêmica ou de alto risco para a PSA.

Atento a este cenário, o simpósio contará com a palestra “Prevenção da Peste Suína Africana”, proferida pela pesquisadora da Embrapa, Janice Zanella. De acordo com produtores e pesquisadores, o retorno da PSA ao País pode causar um prejuízo de aproximadamente 5,5 bilhões de dólares no primeiro ano.

Graças às medidas de vigilância e controle de saúde animal adotadas pelo Mapa, além do avanço da biosseguridade da suinocultura, o Brasil se mantém fora da lista de países com risco de PSA.

Bem-estar animal na cadeia suinícola

Já o consultor e pesquisador, Cleandro Dias, com mais de 25 anos de experiência no segmento de suínos, ministrará a palestra “Ações de Bem-Estar Animal na Cadeia Suinícola”. O conteúdo destaca ações positivas que serão implementadas com objetivo de melhorar a qualidade de vida dos suínos e ainda a Instrução Normativa 113, de dezembro de 2020, que implementa as boas práticas de manejo e bem-estar animal nas granjas de suínos de criação comercial.

“Acredito que a mudança de maior destaque seja em relação à gestação coletiva. Com a instrução normativa fica estabelecido a ser obrigatório a gestação coletiva para matrizes, a manutenção em gaiolas individuais é limitada até 35 dias de gestação. Todos os novos projetos e ampliações devem seguir este modelo e as granjas antigas têm 25 anos para se adequarem. Além das questões relacionadas a boa alimentação e alojamento”, pontua.

 

Programação

07h30 às 08h30 – Credenciamento e Welcome Coffee

08h30 às 09h30 – Solenidade de abertura

09h30 às 09h45 – Intervalo

09h45 às 12h15 – Palestras: Panorama Atual da Suinocultura em Mato Grosso com, Cleiton Gauer – Panorama de Mercado Global e Brasileiro da Carne Suína com, Alexandre Rosa

Debatedores: Luiz A. Ortolan Salles – Diretor Acrismat e Moisés Sachetti – Diretor Acrismat

12h15 às 14h – Almoço

14h às 17h30 – Palestras: Prevenção da Peste Suína Africana, com Janice Reis Zanella -Ações de Bem-Estar Animal na Cadeia Suinícola, com Cleandro Dias – Monitoramento e Vigilância de Javalis e Suínos Asselvajados em MT, com Igor Queiroz

Debatedores: Maristela Brito Vicente Corrêa, médica veterinária e Roberto Renato Pinheiro da Silva, presidente CRMV/MT

17h30 – Coquetel de encerramento

 

Fonte: Assessoria Acrismat