CONSUMO ESTÁ MENOR
Boi gordo: queda na demanda por carne bovina mantém arroba desvalorizada
Mesmo com preços do boi gordo mais baixos, analista da Safras diz que pressão de queda pode estar perdendo força na região Sudeste
Os preços do boi gordo seguem caindo nas principais praças de produção e comercialização do país. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a pressão de queda parece estar perdendo força na Região Sudeste, ficando centralizada no Centro-Oeste e no Norte.
No entanto, a demanda de carne bovina se mantém abaixo das expectativas no país afora, enfraquecida pelas dificuldades econômicas enfrentadas pelo consumidor médio neste complicado ano de 2020.
“Pesa também o avanço da pandemia do coronavírus em diversos estados, acendendo o sinal de alerta junto às redes varejistas, preocupadas com restrições mais severas, a exemplo do que aconteceu no segundo trimestre. Por fim, tivemos um ritmo de embarques bastante enfraquecido na semana de dezembro, com um apetite menor da China após uma composição mais ampla dos estoques formados para o consumo ao longo do feriado do ano novo lunar”, assinala.
A oferta de animais terminados ainda é restrita de maneira geral, com uma enorme dependência dos animais confinados para atender a demanda. Conforme Iglesias, as boiadas de pasto estarão aptas ao abate apenas no final do primeiro trimestre, “formando sem dúvida o principal fator de sustentação dos preços internos”.
Em São Paulo, Capital, os preços do mercado à vista ficaram em R$ 265 a arroba, ante R$ 265 – R$ 266 na segunda-feira, 8. Em Uberaba, Minas Gerais, o valor chegou a R$ 262 – R$ 263 a arroba, contra R$ 263. Em Dourados, no Mato Grosso do Sul, os preços ficaram em R$ 253 a arroba, ante R$ 255. Em Goiânia, Goiás, a cotação indicada foi de R$ 255 a arroba, estável. Já em Cuiabá, no Mato Grosso, o preço da arroba ficou em R$ 253 – R$ 254, ante R$ 254 a arroba.
Atacado
No mercado atacadista, os preços ficaram estáveis após a queda registrada ontem. “O ambiente de negócios ainda sugere por pontual queda dos preços, por mais atípico que este movimento seja para o último bimestre, período que marca o ápice do consumo doméstico de carne bovina. De qualquer forma, a reposição entre atacado e varejo tem se mostrado decepcionante, com restaurantes, bares e outros estabelecimentos receosos em formar estoques em um momento em que a pandemia avança em diversas regiões do país. Ou seja, há temor que medidas de restrição mais rigorosas sejam impostas”, diz Iglesias.
Com isso, o corte traseiro permaneceu em R$ 19,20 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 15,05 o quilo.