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Carne suína: ‘Brasil deve diversificar destinos das exportações para não depender da Ásia’
Na avaliação da pesquisadora do Cepea, qualquer motivo que leve a China a reduzir as importações seria devastador para o Brasil
A produção de carne suína deve atingir 4 milhões e 400 mil toneladas em 2021, segundo projeção da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número é 3,5% superior à produção esperada para 2020. No mesmo intervalo, a alta esperada para as exportações de 2021 pode chegar a 10%, com 1 milhão e 100 mil toneladas previstas.
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Na avaliação da pesquisadora do Cepea, Juliana Ferraz, o Brasil reúne todas as condições de cumprir os dados projetados pela ABPA. No entanto, a pesquisadora chama a atenção para a dependência do Brasil para com o mercado asiático. “China e Hong Kong representam 70% das importações de carne suína brasileira. Precisamos diversificar os parceiros comerciais, pois qualquer problema com o esse mercado seria devastador para as vendas do Brasil”, diz.
Segundo Juliana, a preocupação em ampliar mercados se faz necessária, pois a China já está colocando em prática um plano para aumentar o seu plantel, que foi extremamente prejudicado pelo surto de Peste Suína Africana.
Em relação aos preços, a pesquisadora do Cepea, acredita que o começo de 2021 será de cotações mais baixas, acompanhando um movimento típico de início do ano, cenário que deve mudar no decorrer da temporada. “Os preços das proteínas têm esse recuo sazonal, mas eu espero uma recuperação nos valores dos animais, até porque os custo de produção tende a continuar elevado”, pontua.