CUIDADO PARA O GADO
O vilão que provoca perdas bilionárias na pecuária
O carrapato pode aumentar em até quatro vezes a frequência das bicheiras (miíases) e até provocar a morte dos animais.
No Brasil, o carrapato dos bovinos é considerado o mais importante parasita para a pecuária, ele desvaloriza a produção de carne, leite e também o couro. Os prejuízos causados estimam-se em mais de U$ 2 bilhões por ano, além de danos diretos como anemias, estresse e lesões no couro, e o aumento em até quatro vezes da frequência das bicheiras (miíases) e até provocar a morte dos animais.
Cerca de 80% do gado de corte e leiteiro do mundo são afetados por essas diversas pragas ou doenças por ele transmitidas e que causam grandes perdas na produção. O carrapato é, ainda, o vetor dos patógenos responsáveis pela babesiose e anaplasmose, doenças que caracterizam o complexo da Tristeza Parasitária Bovina (TPB).
Conheça os erros mais frequentes dos pecuaristas, segundo a cartilha da Embrapa “Principais erros cometidos na luta contra o carrapato dos bovinos” são:
1- Escolha errada e, ou troca indiscriminada de carrapaticidas
Como corrigir: Determinar o carrapaticida ideal para cada propriedade por meio do teste de sensibilidade realizado gratuitamente pela Embrapa Gado de Leite. Não utilizar a mesma base química ou família de carrapaticida por mais de 12 meses. Realizar anualmente o teste para orientar a escolha do novo produto a ser utilizado.
2- Tratamento dos animais quando estão mais infestados
Como corrigir: Controle estratégico: atuar preventivamente com cinco ou seis banhos carrapaticidas nos meses de menores infestações.
3- Preparação errada da solução carrapaticida
Como corrigir: Ler atentamente a bula do produto. Cuidados com dosagem, homogeneização e períodos de carência.
4- Banho mal dado
Como corrigir: Administrar o produto no sentido contrário ao dos pêlos e com pressão adequada em todo o corpo do animal, incluindo cara, orelhas e entrepernas. Evitar dias de chuvas e horários de sol forte. Escolher equipamento adequado ao tamanho do rebanho (bomba costal somente em rebanhos muito pequenos).
5- Tratamento pour on mal realizado
Como corrigir: Ajustar a dose de acordo com o peso dos animais e aplicar o produto nos locais recomendados pela bula.
6- Animal recém-banhado mantido longe dos pastos infestados
Como corrigir: Após o banho, os animais devem retornar às pastagens infestadas, para que funcionem como “aspiradores” das larvas.
7- Mesmo número de tratamentos para bovinos de raças diferentes
Como corrigir: Mais cuidados com animais de maior grau de sangue europeu, que são mais sensíveis a carrapatos, bernes, verminoses e ao calor excessivo.
8- Mesmo número de tratamentos para todos os animais de uma mesma raça
Como corrigir: Identificar e cuidar mais intensamente dos animais de “sangue doce”, que são as “fábricas” de carrapatos do rebanho, ou até mesmo descartá-los.
9- Contato imediato dos animais recém adquiridos com o restante do rebanho
Como corrigir: Realizar tratamento carrapaticida e isolar esses animais por 30 dias, antes de sua incorporação ao rebanho.
Para evitar a infestação dos carrapatos no rebanho, como vimos, é necessário cuidado redobrado e antecipado, assim pode-se evitar a praga e reduzir danos tanto para o animal, como para a propriedade e para o pecuarista.
Fonte: Embrapa