ANÁLISE
Carne bovina: Com real desvalorizado, China continuará comprando do Brasil
Mas apesar das boas perspectivas para a proteína e para a arroba do boi gordo, comentarista pede atenção redobrada aos custos
A semana foi marcada por altas expressivas da arroba do boi gordo, principalmente na praça São Paulo. Nesta quinta-feira, 4, as negociações chegaram a R$ 310, no preço bruto e à vista. Com a recuperação da economia em importantes compradores de proteína na Ásia e União Europeia, existe uma tendência de demanda ainda mais aquecida pela carne bovina brasileira. Mas, em contrapartida, o pecuarista está bastante preocupado com a alta dos custos de produção.
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Para o comentarista do Canal Rural Miguel Daoud, a diminuição da oferta e câmbio elevado são os principais fatores para alta da arroba. “Se tem alta no preço, significa que a procura está mais alta do que a oferta e, hoje, não tem animal dada a necessidade de demanda”, afirma.
Ainda segundo o comentarista, a China vai continuar importando carne bovina brasileira, mas pecuarista deve se manter em alerta. “Na medida que o real se desvaloriza, a China vai continuar demandando, porque o nosso mercado é interessante. A procura não será apenas por proteína, mas também de grãos, o que pode puxar os preços”, alerta.
Com inseguranças em relação ao câmbio e à vacinação no Brasil, a demanda deve se segurar pela retomada da economia mundial. “Temos alguns problemas em relação ao mercado, não só o do boi, então temos que tomar cuidado porque estamos tendo uma pressão nos custos de alta e isso pode provocar uma ruptura”, finaliza.