RAÇÃO MAIS CARA
‘Não há risco de faltar ovo, mas altos custos impactam preços’
Proteína caiu no gosto popular durante a pandemia, mas custo da ração fez com que avicultores mudassem algumas práticas
Em carta enviada ao ministro do Desenvolvimento Produtivo da Argentina, o setor de ovos do país fez um alerta sobre a possibilidade de faltar ovos frescos para a população entre março e abril. Os altos custos de insumos fundamentais para a atividade vem tirando por mês cerca de 800 mil galinhas poedeiras do circuito produtivo.
No Brasil, também há diminuição da produção, segundo o diretor de mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luis Rua. No entanto, segundo ele, o consumidor brasileiro não precisa se preocupar com a falta de produtos.
“O que o Brasil exporta de ovos para a Argentina representa menos de 1% da nossa produção. O Brasil está disponível para apoiar a Argentina, até porque fazemos parte do Mercosul, mas não existe nenhum risco de faltar ovos no Brasil, já que temos um sistema muito consolidado”, explicou.
No entanto, o custo de produção tem feito com que os avicultores mudem algumas práticas. “Houve incremento substancial sobre o farelo de milho e soja, o que a gente vê de maneira natural foram produtores reduzindo plantéis, pois não vale a pena dar milho caro para galinha pouco produtiva. Houve uma queda de algo em torno de 25% de produção nos últimos meses, porque produtores estão tendo que comprar milho a mais de R$ 80 reais a saca em algumas localidades No entanto, não deve haver desabastecimento e, sim, repasse de preço ao consumidor”.
Apesar das dificuldades, aponta ele, o ovo tem sido mais consumido em período de pandemia e tem provado seu valor e versatilidade.