EVENTOS
Genética e rastreabilidade definem o futuro da proteína animal no CNMA 2025
Debate no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio destaca avanços genéticos e sustentabilidade como pilares da produção de proteína animal
Vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Ana Cláudia Mendes Souza. FOTO: ZZN PERES
A evolução do mercado de proteína animal no Brasil e no mundo foi destaque na mesa-redonda “Proteína Animal, da genética ao consumidor final – a revolução das percepções!”, realizada durante o 10º Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), que acontece nos dias 22 e 23 de outubro, em São Paulo (SP). O evento, reconhecido como o maior encontro feminino do agro na América Latina, reúne mais de 3 mil mulheres do setor para discutir os rumos da produção e da sustentabilidade no campo.
A vice-presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Ana Cláudia Mendes Souza, destacou que o melhoramento genético tem transformado a pecuária brasileira, impulsionado pela seleção genômica, biotecnologias reprodutivas e digitalização de dados.
Segundo ela, esses avanços permitem maior eficiência e uniformidade entre rebanhos. “A integração de informações de pedigree, desempenho e fenótipo cria um cenário de precisão, resultando em animais com melhor rendimento e adaptabilidade”, afirmou.
Eficiência e sustentabilidade na produção
Para Ísis Sardella, gerente de Promoção Comercial e Marketing da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a suinocultura e a avicultura também vivem um salto tecnológico. “O Brasil é hoje uma potência em genética de aves e suínos, com biotecnologia de ponta, manejo de dados e sustentabilidade. Produzimos mais proteínas com menos recursos, reforçando nosso papel na segurança alimentar global”, disse.
Natália Irano, supervisora de Serviços Genéticos da Agroceres, reforçou que a genética também é aliada da eficiência alimentar. “Há uma década, um suíno precisava de até 7 quilos a mais de ração para atingir o mesmo peso que alcança hoje. Isso mostra o impacto direto da genética na redução de custos e no aumento do rendimento de carcaça”, explicou.
Rastreabilidade como passaporte da carne brasileira
O avanço da rastreabilidade foi apontado como fator decisivo para o futuro da proteína animal. Ana Cláudia destacou que até 2035 a produção global de carnes deve crescer fortemente, e o Brasil tende a se consolidar como fornecedor de carne rastreável, certificada e sustentável.
“A rastreabilidade será o passaporte da carne brasileira nos mercados mais exigentes. Quem não se adaptar, perde competitividade e preço”, afirmou.
Ísis completou que o país já possui cadeias de aves e suínos totalmente rastreáveis desde a origem genética até o processamento industrial, reforçando a confiança dos consumidores e das exportações.
Bem-estar animal e consumo consciente
Outro ponto debatido foi o bem-estar animal, cada vez mais integrado à gestão pecuária e às exigências do mercado internacional. “Práticas que reduzem o estresse, aprimoram instalações e asseguram conforto são hoje requisitos de mercado, não diferenciais”, observou Ana Cláudia.
Ísis destacou que a adoção de normas internacionais e novas tecnologias de ambiência consolida uma cultura de responsabilidade e boas práticas no campo. Já Natália ressaltou que os programas de melhoramento genético começam a incluir características ligadas ao comportamento e à adaptabilidade, favorecendo sistemas produtivos mais éticos e sustentáveis.
Integração para um futuro sustentável
Para as especialistas, o futuro da proteína animal está na integração entre genética, rastreabilidade, sustentabilidade e tecnologia digital. Essa combinação garante maior competitividade ao pecuarista e responde às novas exigências do consumidor global.
O CNMA 2025 acontece nos dias 22 e 23 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. As inscrições estão abertas no site www.mulheresdoagro.com.br