MERCADO PECUÁRIO
Preço do boi gordo avança em 17 regiões e anima o mercado pecuário
Com escalas mais curtas e oferta reduzida, frigoríficos aumentam as cotações e trazem novo fôlego ao mercado do boi gordo

FOTO: Divulgação l Scot Consultoria
O preço do boi gordo voltou a subir na maioria das regiões do país nesta quinta-feira (23/10), de acordo com levantamento da Scot Consultoria. Das 33 praças pecuárias monitoradas, 17 apresentaram alta nas cotações, 15 permaneceram estáveis e apenas Roraima registrou queda.
Em Araçatuba (SP) e Barretos (SP), referências para o mercado, a arroba do boi gordo teve reajuste de R$ 2, alcançando R$ 311 no pagamento a prazo. O “boi China” também valorizou R$ 2, cotado a R$ 316, enquanto a novilha subiu R$ 1, para R$ 301 a arroba. Já a vaca gorda manteve o valor de R$ 285.
Oferta menor e escalas mais curtas impulsionam as altas
Segundo a Scot, as escalas de abate continuam fluindo bem em São Paulo, mas a oferta de bovinos diminuiu em relação às semanas anteriores. Com o escoamento firme da carne bovina e a necessidade de preencher as escalas, frigoríficos passaram a pagar mais pela arroba, pressionando as cotações para cima.
O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) reforça esse cenário, apontando que os preços seguem firmes em todas as regiões, com escalas mais curtas que na semana passada. A estratégia das indústrias é aumentar os valores pontualmente para garantir o abate e, em seguida, manter as cotações estáveis conforme suas necessidades.
Mercado atacadista limita novas altas
Apesar da firmeza no campo, o mercado da carne bovina no atacado atua como um fator limitante para novas elevações. Após as valorizações acumuladas em outubro, o setor mostra tendência de estabilidade, mesmo em um período de vendas mais lentas no varejo.
Na Grande São Paulo, os preços da carne no atacado seguem em patamares elevados, sustentados pela baixa oferta dos frigoríficos aos distribuidores, o que mantém o ambiente de firmeza nas negociações.
Confinamentos em alta mostram otimismo do pecuarista
Um levantamento conjunto do Cepea e da Tortuga/DSM revelou que, em outubro, a taxa de ocupação dos confinamentos ficou 18,5% acima do mesmo mês de 2024, marcando nove meses consecutivos de crescimento.
Mesmo com o início das chuvas, a manutenção do gado confinado demonstra confiança do pecuarista com o mercado no curto prazo e expectativa positiva para a rentabilidade nos próximos meses.
O Cepea alerta, porém, para a baixa oferta de boi magro, especialmente de machos nelore em peso ideal para engorda. Essa escassez pode limitar o avanço dos confinamentos e influenciar os custos de produção nas próximas semanas.



