Livre de aftosa, Paraná pode acessar mercados que pagam até 50% mais
O reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação coloca o Paraná em um outro patamar, que permite acessar mercados que pagam mais pelos produtos com essa chancela de qualidade. Segundo a Federação da Agricultura do Paraná (Faep), o novo status sanitário, mesmo tendo relação direta com o plantel bovino, permite o acesso aos mercados considerados mais ‘nobres’, que pagam mais pelo quilo da carne suína brasileira.
- Aftosa: especialista dá dicas para manter status sanitário sem vacinação
- Febre aftosa: retirada da vacina no país permitirá o aumento das exportações, diz CNA
Usando como referência o preço pago por quilo de suíno exportado de Santa Catarina para o Japão, um mercado nobre, e para outros países da chamada Lista Aberta, como Chile e China, é possível notar a diferença. Os japoneses pagam até 50% a mais .
“O mais difícil é abrir os mercados”, lembra Enori Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc). “Tem que conquistar os países compradores. Os mercados demoraram para abrir. Os primeiros apenas em 2012, cinco anos após a conquista da certificação”, complementa.
Além de valorizar a produção, a expansão do mercado por si só é extremamente positiva neste momento, de modo que vem animando os agentes da cadeia da suinocultura. “O Paraná estava fora de 65% do mercado mundial de carne suína porque vacinava o seu rebanho bovino. Agora poderemos acessar todos esses mercados”, diz Valter Vanzella, presidente da cooperativa Frimesa,
Atualmente, a Frimesa exporta 20% da sua produção para os países da Lista Aberta, como Hong Kong, Angola, Vietnã e Uruguai, que aceitam o produto de regiões com vacinação. “Hoje, o Brasil está exportando como nunca, mas os preços entre um mercado e outro são bem diferentes”, observa Vanzella.
O dirigente da Frimesa sabe que o ingresso nestes mercados também não se dará automaticamente. “Alguém já está fornecendo para eles, então não vamos simplesmente anunciar e vender. Vai ser uma luta”, pondera.
A expectativa do presidente da Associação Paranaense de Suinocultores (APS), Jacir Dariva, também é grande, a ponto de que, futuramente, o mercado internacional absorva quase a totalidade da produção paranaense. “Não é tanto a questão financeira, mas o leque de novos mercados que vai se abrir. Como estamos expandindo a produção no Paraná, precisamos de mercados que comprem”, revela.
Status livre de aftosa é bom para o boi no Paraná?
Apesar da importância estratégica desta cadeia no processo de certificação internacional do estado, trata-se de um setor que não deve colher imediatamente os frutos dessa conquista. “A principal consequência desse status sanitário não é para o bovino de corte, mas para os suínos, e ajuda outros setores também, seja aves ou grãos”, observa o produtor Rodolpho Botelho, presidente da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faep e do Sindicato Rural de Guarapuava.
“O Paraná nunca vai ser grande produtor de boi gordo, isso em função do seu tamanho que é apenas 2,3% do território nacional. Não tem como competir com outros estados. Temos que trabalhar com carnes diferenciadas, nichos específicos, para agregar valor à nossa produção”, observa o dirigente.
VEJA TAMBÉM
Projeto vai estimular silagem de triticale no norte do Rio Grande do Sul
Um projeto no norte do Rio Grande do Sul prevê a implantação de seis Unidades de Referência Técnica (URTs), em propriedades rurais, com o plantio –
Leia MaisMato Grosso prorroga inscrições do edital de fomento à bacia leiteira
O governo de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), estendeu as inscrições para o edital de seleção de associações –
Leia MaisSemeadura da safra 2021/22 de milho na Argentina atinge 98,9%
Levantamento semanal divulgado pelo Ministério da Agroindústria da Argentina indicou que a semeadura de milho da safra 2021/22 atingia 98,9% da área cultivada de 10,125 –
Leia MaisCarne de frango nunca esteve tão mais barata que concorrente bovina
Considerando-se as séries históricas de carnes do Cepea, a de frango nunca esteve tão mais barata que a bovina como está sendo observado atualmente. Segundo –
Leia MaisÁrea plantada com milho deverá recuar nos EUA, indica USDA
A área a ser plantada com milho nos Estados Unidos em 2022 deverá totalizar 92 milhões de acres. A previsão foi feita durante a abertura –
Leia MaisSuínos: valores seguem em alta em todas as praças
As cotações do suíno vivo estão em movimento de alta nesta semana em todas as praças acompanhadas pelo Cepea. Produtores consultados pelo Cepea indicam que –
Leia MaisMinerva Foods tem lucro de R$ 150,3 milhões no 4º trimestre
A Minerva Foods informou ter registrado lucro líquido de R$ 150,3 milhões no quarto trimestre de 2021. O valor representa alta de 31,7% ante o –
Leia MaisVírus de influenza aviária é encontrado em plantel comercial em Delaware, nos EUA
Um vírus altamente patogênico de influenza aviária (HPAI) foi encontrado em um plantel comercial de frangos no condado de New Castle, no Estado de Delaware, –
Leia MaisProdutores de Santa Catarina recebem reforço de milho para ração animal
Pequenos criadores de animais de Santa Catarina terão um reforço de 4 mil toneladas de milho para a formação de ração para seus plantéis. O –
Leia MaisBRF tem lucro de R$ 964 milhões no 4º trimestre de 2021
A BRF registrou lucro líquido de R$ 964 milhões de operações continuadas no quarto trimestre de 2021. O resultado é 6,9% maior do que o –
Leia Mais