Projeto Pravaler mostra como agregar sustentabilidade à produção
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançaram, nesta quarta-feira, 10, o piloto do projeto Pravaler. A iniciativa levará ao campo as pesquisas desenvolvidas pelo Projeto Biomas e outros conhecimentos e mostrará ao produtor como agregar sustentabilidade à produção e fortalecer a regularização ambiental das propriedades rurais.
A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou que o Pravaler chega em um momento crucial para a implementação do Código Florestal Brasileiro. “Este dia vai ser lembrado como um marco nos nossos esforços da agricultura brasileira em promover o desenvolvimento sustentável, integrando a produção agropecuária com a conservação e o uso dos recursos naturais tão fartos do nosso país”.
Segundo a ministra, o avanço na agenda do Código Florestal é prioridade para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o desafio neste momento é a qualificação dos dados declarados no Cadastro Ambiental Rural (CAR), por meio de ferramentas que darão celeridade ao processo de análise. “Acredito que nos próximos meses teremos a apresentação dessa ferramenta que vai dar aos estados condições de avançarmos na regularidade ambiental das propriedades rurais”, explicou.
Os estados e o Distrito Federal são os entes legalmente responsáveis pela gestão local do CAR e devem implantar o Programa de Regularização Ambiental (PRA), que é um conjunto de ações para os proprietários rurais se adequarem e promoverem a regularização ambiental com vistas ao cumprimento do Código Florestal. A inscrição do imóvel rural no CAR é condição obrigatória para a adesão ao PRA.
“Esse projeto representa o PRA, que é um instrumento do Código Florestal que aproveita e traz todo o conhecimento do Projeto Biomas para que se tenha acerto dentro da propriedade rural, junte todos os atores fazendo com que essa propostas saia do papel, traga o produtor para dentro da legalidade e nos coloque, sem nenhuma restrição de caráter ambiental, para continuar a produção mais sustentável do mundo”, disse o coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias.
Projeto Biomas
Depois de 10 anos de pesquisa, Embrapa e CNA definiram quais são os melhores manejos e espécies de árvores para recuperar e explorar economicamente as reservas legais e Áreas de Preservação Permanente (App) em propriedades rurais. As pesquisas, que chegaram a esses resultados, fazem parte do Projeto Biomas e os resultados apresentados nesta manhã em evento online estão à disposição do produtor rural em uma plataforma na internet.
As pesquisas foram feitas em fazendas distribuídas nos seis biomas brasileiros. Por conta dos experimentos, pesquisadores conseguiram criar uma base de dados online que ajuda o produtor rural a recuperar áreas degradadas.
“Com a legislação do Código Florestal, o grande desafio do produtor é saber o que plantar e como plantar. O WebAmbiente vem com essa solução pro produtor mostrando não apenas quais são as espécies, mas como plantá-las e como montar um projeto para elaboração dessa área. Com isso, o produtor não só vai atender as demandas do programa de regularização ambiental, mas pode eventualmente ter um retorno econômico deste plantio”, disse o pesquisador da Embrapa Cerrados, Felipe Ribeiro.
Para Nelson Ananias, a recuperação “é uma forma direta baseada na ciência que traz o produtor rural de volta à legalidade e o garante, segundo artigo 41 do Código Florestal e da nova Política Nacional de Pagamentos por Serviços Ambientais, o direito a receber, prover um serviço ambiental e receber a partir de uma pagamento por serviço ambiental que foi provido a partir da manutenção desse serviço ecossistêmico”.
O pecuarista José Brilhante participou da pesquisa e cedeu 70 hectares da fazenda dele no Distrito Federal para os estudos do bioma cerrado. Ele diz que se surpreendeu com a possibilidade de aproveitamento da área de reserva como pastagem. “Começou há pouco tempo, mas já se percebe que melhora a condição para rebrota, novas plantas, novas árvores surgindo, disseminação de sementes, tudo isso a partir do controle das pastagens invasoras”, contou.
“O gado, se você coloca, tem que ser na densidade adequada. Não pode ser muito de uma vez, pois você pode matar as plantas. O uso de gado para controle de invasoras tem sido muito importante. Nós estamos testando isso, é uma das ações que estamos fazendo pra ver qual é o limite e quanto tempo o gado pode nos ajudar ao controle dessas espécies invasoras”, completou Felipe Ribeiro.
O projeto foi iniciado em 2010 por conta do debate sobre o novo Código Florestal que movimentava o Congresso Nacional. O conhecimento adquirido mostra agora possibilidades de seguir integrando preservação ambiental e produção agropecuária para além da regularização de passivos.
VEJA TAMBÉM
Mercado do boi gordo vê preços estabilizarem, mas exportações preocupam
O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta segunda-feira, 17. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos ainda –
Leia MaisMilho: vendedor limita oferta e preços se mantêm firmes
Chuvas foram registradas em algumas regiões produtoras de milho do País na semana passada. As precipitações, no entanto, ainda ocorreram de forma insuficiente para sanar –
Leia MaisProdução de leite no Paraná tem queda após 60 dias sem chuvas
A produção de leite no Paraná vem diminuindo nos últimos dias em função da seca observada no estado. Segundo boletim do Departamento de Economia Rural –
Leia MaisCom queda na renda, escoamento da carne bovina fica retraída
O mercado físico do boi gordo encerrou a segunda semana útil de maio sem grandes variações, com a arroba sendo negociada próxima aos R$ 310 –
Leia MaisMais lida: Quanto tempo após o parto a vaca pode pegar cria de novo?
A matéria sobre pecuária mais lida da semana mostra um conteúdo do programa Giro do Boi sobre quando uma matriz bovina pode novamente desafiada. O –
Leia MaisVacinação contra a peste suína clássica começa dia 24 de maio em Alagoas
Com o objetivo de erradicar a Peste Suína Clássica (PSC), o estado de Alagoas dará início no dia 24 de maio, ao projeto piloto do –
Leia MaisGado de leite: veja como baratear alimentação com alternativas da Epagri e Emater
O alto custo do milho e do farelo de soja têm motivado produtores de leite a buscar alternativas para alimentar os rebanhos. Em Santa Catarina –
Leia MaisABPA analisa veto da Arábia Saudita a exportadores de frango do Brasil
A decisão da Arábia Saudita em suspender as exportações de carne de aves de 11 frigoríficos brasileiros ainda repercute no setor produtivo. Luis Rua, diretor –
Leia MaisSafras: preços do boi encontram ponto de equilíbrio, mas devem subir na entressafra
O mercado físico de boi gordo registrou preços estáveis nesta sexta-feira, 14. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, os frigoríficos ainda –
Leia MaisUnidade da Marfrig em Alegrete (RS) deve ser habilitada a exportar aos EUA
A Marfrig, maior produtora global de hambúrgueres e uma das líderes mundiais do mercado de carne bovina, acaba de ter mais uma unidade recomendada pelas –
Leia Mais