Setor de carnes aprova liberação da importação de milho dos EUA; veja repercussão
O setor de proteína animal avalia como positiva a liberação para importação de milho transgênico dos Estados Unidos a partir de 1º de julho. Nesta quinta-feira, foi publicado no Diário Oficial da União uma normativa da comissão técnica nacional de biossegurança, a CTNBio, sobre a liberação comercial de transgênicos e a publicação deste documento era esperada pelo ministério da agricultura, já que era a última etapa necessária para a compra de milho norte-americano.
Essa liberação repercutiu positivamente no setor de proteína animal, que depende do grão para alimentar os rebanhos. “A liberação desse milho é realmente muito importante porque nós estamos vendo que cada vez mais o milho tem aumentado o preço, tem aumentado o custo para o produtor, para as indústrias e essa é a dificuldade para nós continuarmos competitivos no mercado internacional”, disse Losivânio de Lorenzi, presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos.
O setor produtivo enfrenta forte crise no acesso aos insumos básicos de produção – o milho e a soja – decorrente de altas históricas nos diversos polos de produção pelo país. Responsáveis por 70% da composição de custos de aves, suínos e ovos, o milho e a soja acumulam altas superiores a 100% e 60%, respectivamente. De acordo com o índice de referência do setor produtivo – o ICP, Índice de Custo de Produção da Embrapa Suínos e Aves – a alta acumulada nos custos, nos últimos 12 meses, gira em torno de 40%.
A partir de 1º de julho, eventos transgênicos que foram aprovados pela CTNBio de forma isolada também são aceitos se forem encontrados de forma combinada em um grão de milho, por exemplo, sem que seja necessário um novo processo de avaliação da comissão técnica sobre a tecnologia.
Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) destacou que com a viabilização técnica da importação de grandes produtores de grãos, como é o caso dos Estados Unidos, aliado à isenção da tarifa externa comum de importação desses insumos, espera-se que a especulação que causou aumentos injustificados de preços no Brasil diminua gradativamente.
É o que também esperam outras entidades, mas as compras ainda dependem das condições do mercado. “Já houve uma pequena queda no preço do milho, em razão da colheita que começa em junho e vai aumentar em julho. Essa importação do milho americano, da mesma forma, deve também favorecer o milho um pouco mais barato, sobretudo porque a cotação do dólar está caindo e pode ser viável”, disse o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar), Irineo da Costa Rodrigues.
Mais debate
O abastecimento do milho, no entanto, ainda não é assunto resolvido. Na próxima segunda está agendada uma audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o assunto. “Eu acredito que outras medidas também têm que ser feitas como aquela relação ao PIS/Cofins, mas essa da CTNBio já vai trazer também uma pressão no mercado interno porque eu vejo que ultimamente nós não tínhamos uma oferta de milho pelas tradings e, a partir desta semana, começou uma oferta maior, inclusive para nossa associação e isso vai fazer diferença para a nossas indústrias e, claro, mantendo a competitividade no mercado internacional na comercialização da carne suína”, finalizou Losivânio.
VEJA TAMBÉM
Abate de bovinos chega ao menor nível desde 2015 em Mato Grosso
A quantidade de animais abatidos em 2021 totalizou 4,71 milhões de cabeças em Mato Grosso, volume que não é observado desde o ano de 2015, –
Leia MaisComercialização da safra 21/22 de milho tem aumento expressivo em MT
De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola, a safra 20/21 apresentou um avanço de 2,56 p.p. ante novembro/21 e totalizou 97,62% da produção –
Leia MaisMilho: oferta dos EUA deve atingir 415 mi de toneladas, diz Safras
A oferta total de milho dos Estados Unidos pode atingir 415,9 milhões de toneladas na temporada 2021/22, segundo estimativas da Safras & Mercado, tendo como –
Leia MaisPlantio de milho atinge 1,57% em Mato Grosso, diz Imea
A semeadura da safra de milho 2021/22 de Mato Grosso atingiu 1,57%, conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), com número obtido até 14 –
Leia MaisMilho é negociado acima dos R$ 100/sc em algumas praças, aponta Cepea
Em algumas praças acompanhadas pelo Cepea, a saca de 60 kg do milho já vem sendo negociada acima de R$ 100, como é caso de –
Leia MaisApós forte queda, preço do ovo reage na 2ª semana do mês
Os preços dos ovos comerciais apresentaram reajustes positivos na segunda semana de janeiro, recuperando apenas parte das intensas perdas verificadas no início do ano, quando –
Leia MaisInfluenza aviária: vírus é encontrado em marreco selvagem na Carolina do Sul, nos EUA
Um vírus altamente patogênico de influenza aviária foi encontrado em um marreco selvagem no condado de Colleton, na Carolina do Sul, informou o Departamento de –
Leia MaisDemanda fraca pressiona cotações do frango, aponta Cepea
Os preços do frango inteiro estão em queda neste começo de janeiro na maior parte das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores, a pressão vem –
Leia MaisFalta de chuvas atrasa plantio de milho na Argentina
O plantio de milho da safra 2021/22 atinge 86,4% da área na Argentina. Segundo a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, a superfície é projetada –
Leia MaisBRF cria joint venture com fundo da Arábia Saudita para produção de frangos
A BRF anunciou a criação de uma joint venture com o fundo soberano da Arábia Saudita, PIF (Public Investment Fund), para a produção de frango –
Leia Mais