Evitar síndromes pós-parto é essencial para garantir leitegadas saudáveis
Muitos cuidados devem ser tomados nos momentos que antecedem o nascimento dos leitões. De acordo com o extensionista Rangel Hertzog, entre os processos podemos destacar a limpeza das matrizes para retirada da matéria orgânica. “Assim, levamos elas limpas e desinfetadas para a maternidade. A lavagem das fêmeas sempre deve ser feita com água corrente e sem muita pressão para não machucar ou resultar em problemas”, explica.
Manejo pré-parto não pode apresentar falhas
Se o manejo for feito em baias coletivas, quando as matrizes estão juntas, os produtores devem agrupar as fêmeas tomando todos os cuidados para evitar brigas entre elas, o que poderia causar problemas no parto e até filhotes natimortos em casos mais graves. No caso das baias individuais, será feito um agrupamento para realização da limpeza. “Transferimos as matrizes de três a quatro dias antes do parto: não muito antes, para não contaminar a sala de parto, e nem muito depois, para não haver riscos de ocorrência do parto em um ambiente que não seja adequado. Quando elas estiverem na sala de parto, faremos uma climatização no ambiente para que tudo transcorra da melhor forma possível e tenhamos o maior número de nascidos vivos”, diz Rangel.
Antes do parto, as fêmeas têm um comportamento agitado e mordem a baia, por exemplo. Doze horas antes do parto, começam a liberar leite em gotas. Seis horas antes, começam a liberar em jato, como explica o extensionista Evandro Moretti. “É um sinal de que ela vai iniciar o parto logo. Temos que ter à disposição uma mangueira em água corrente para fazer a limpeza posterior e também qualquer outra limpeza que venha a ser necessária no momento do parto”.
Redução da produção ou ausência de leite
Falhas nos procedimentos pré–parto podem resultar em síndromes pós-parto. São quadros que apresentam diferentes sintomas e graus de severidade. O Complexo Mamite-Metrite-Agalaxia, conhecido como corrimento vulvar ou febre do leite, é o problema mais comum. Costuma ter início de 1 a 3 dias após o parto. Ocorre febre e corrimento com presença de pus, normalmente amarelo escuro e com mau cheiro, observado principalmente na amamentação. Também ocorre redução na produção de leite, a chamada agalaxia. Os leitões ficam com fome, fracos, e impacientes pela baia, fuçando as fezes da mãe na procura por comida. A mortalidade pode atingir 100% de uma leitegada.
Palavra do especialista
De acordo com o médico-veterinário Gefferson Silva, alguns distúrbios são resultados dos desafios que os animais enfrentam na fase pós-parto. As síndromes de mamite, metrite e agalaxia são assim chamadas porque envolvem várias partes. “Estamos falando principalmente do trato reprodutivo, mas também do acometimento do aparelho mamário. A hipogalaxia é a diminuição da produção de leite, enquanto a agalaxia é a ausência de produção. Precisamos trabalhar bem as fêmeas para que elas cheguem em boas condições à maternidade. O parto é uma atividade física extrema, que demanda energia e gera stress. Se nos pós-parto houver fatores de risco, como falta de higiene, o stress vai trazer problemas para o animal, como infecção uterina ou infecção da glândula mamária”, alerta.
Ainda de acordo com Gefferson, observar o comportamento da fêmea e da leitegada é essencial. O principal diagnóstico para a síndrome pós-parto é clínico. “Inicialmente, a fêmea fica apática, não levanta para comer, diminui a ingestão de água. Vemos o reflexo no leitões, que não ganham peso, ficam arrepiados, perdem mamada. A fêmea pode deitar em cima do aparelho mamário, porque não quer amamentar. É necessário avaliar a temperatura corporal 24 horas após o parto para identificar o problema no início”, ressalta.
Fêmeas mais jovens, mais gordas e que têm partos muito prolongados têm maior disposição para desenvolver os problemas. Para tratar, é preciso investir em antibiótico e antiinflamatório. “Estamos falando de problemas relativamente comuns, que acometem entre 5% e 15% dos animais dentro do sistema de produção e aumentam no verão, quando o desafio é maior. O segredo do sucesso para esse tipo de síndrome é a identificação e o tratamento precoces”, destaca Gefferson.
Gostou desse tema ou quer ver outro assunto relacionado à suinocultura? Envie sua sugestão para ligados@canalrural.com.br ou para o número de WhatsApp (11) 97571 3819
VEJA TAMBÉM
Cotação média da arroba em MT atinge R$ 309,94 em janeiro, diz Imea
O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) destaca que o último quadrimestre de 2021 foi marcado por oscilações intensas na arroba do boi gordo, principalmente –
Leia MaisTocantins vacina 376,7 mil bezerras contra brucelose no 2º semestre de 2021
A Agência de Defesa Agropecuária (Adapec) do Tocantins divulgou nesta segunda-feira, 31, o resultado da campanha de vacinação contra brucelose realizada no segundo semestre de –
Leia MaisPreços do milho têm comportamentos diferentes dentre regiões
Dentre as principais regiões produtoras de safra verão de milho (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais), os preços recuaram –
Leia MaisConselho da Marfrig aprova participação em oferta da BRF
O conselho de administração da Marfrig decidiu, por unanimidade, aprovar a participação da companhia, na qualidade de acionista, na oferta prioritária ser realizada no âmbito –
Leia MaisCom alta dos insumos, preço do frango vivo cai, aponta Cepea
O poder de compra do avicultor paulista frente aos principais insumos utilizados na atividade, milho e farelo de soja, recuou nesta parcial de janeiro. Dados –
Leia MaisPreços do boi e do frango para produtores do PR avançam
Os preços das carnes bovina e de frango pagos aos produtores do Paraná apresentaram valorização neste início de ano. É o que mostra análise realizada –
Leia MaisCustos de produção de bovinos avançam em 2021, diz Cepea
Os custos de produção da pecuária de corte nacional subiram novamente em 2021. Conforme pesquisas realizadas pelo Cepea em parceria com a CNA (Confederação da –
Leia MaisPreços de carne bovina e de frango apresentam valorização para produtores
Os preços das carnes bovina e de frango pagos aos produtores do Paraná apresentaram valorização neste início de ano. É o que mostra análise realizada –
Leia MaisAnec projeta embarques de milho em 2,6 mi de toneladas em janeiro
As exportações brasileiras de milho deverão ficar em 2,647 milhões de toneladas em janeiro, conforme levantamento semanal da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). –
Leia MaisConab indica colheita de milho em 7,7% no Brasil
A colheita da 1ª safra 2021/22 de milho atingia 7,7% da área no Brasil até o dia 22 de janeiro, conforme levantamento semanal da Companhia –
Leia Mais