FRIO

Geada impacta regiões produtoras do sul do país

Produtores ouvidos pelo Sistema FAEP/SENAR-PR relataram estragos em plantações de milho e trigo

Por Sistema FAEP/SENAR-PR
02 de julho de 2021 às 14h05

 

 

Nesta semana a forte geada atingiu o estado do Paraná e as baixas temperaturas registradas em muitas cidades impactaram em diversas culturas agrícolas, principalmente nas que estavam em fase de desenvolvimento e colheita. Produtores ouvidos pelo Sistema FAEP/SENAR-PR relataram estragos em plantações de milho e trigo.

De acordo com o analista Marcelo Garrido, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), no momento, as principais culturas agrícolas em campo são o milho e o trigo. “Temos uma área bastante suscetível ao frio na região norte do estado, cerca de 800 mil hectares de milho. Na região Sul já não tem milho segunda safra, é mais o trigo, que aguenta melhor as baixas temperaturas”. No entanto, segundo Garrido, ainda é cedo para quantificar os prejuízos. “Para falar em perdas seria necessário entre uma semana e dez dias para verificar o real impacto na produção”.

No oeste do estado, as lavouras de milho safrinha sofreram com o frio intenso que atingiu a região. Segundo o produtor rural e presidente da Comissão Técnica de Aquicultura da FAEP, Edmilson Zabott, de Palotina, a situação é atípica e as temperaturas não costumam ser tão baixas como nos últimos dias, registradas abaixo de zero. “Foi uma geada muito brutal. Estamos extremamente preocupados. Acredito que podemos perder 80% do milho que não estava pronto, fora a qualidade do grão que deve piorar. Apenas 15% dos 45 mil hectares cultivados na região devem sofrer menos prejuízos, pois já estavam praticamente prontos para colheita”, aponta.

Além dos impactos causados pela geada, a produtividade das lavouras da região já havia sido reduzida em cerca de 40%, devido à janela de plantio atrasada por causa da seca, além de faltas de chuvas regulares durante o período de cultivo. O trigo, que também foi plantado tardiamente, não deve registrar perdas significativas.

Zabott, que também é produtor de peixes, aves e leite, alerta sobre os impactos para a cadeia de proteínas animais, principalmente em relação à alimentação, cujo principal insumo é o milho. Uma surpresa para a piscicultura, atividade de destaque no oeste paranaense, foi o aparecimento de fungos nos tanques em função das mudanças bruscas de temperatura. “Isso atingiu toda a nossa região. Estamos avaliando qual tipo de tratamento mais adequado para poder segurar o ataque desses fungos”, esclarece o produtor rural.

 

Fonte: Sistema FAEP/SENAR-PR