VENDAS TRAVADAS
Boi gordo: pecuarista se retrai após quedas e negócios seguem lentos
Segundo analista, os produtores não estão aceitando os preços vigentes, especialmente no mercado paulista, onda o boi gordo chega a R$ 245
O mercado físico de boi gordo teve mais um dia travado de negócios nesta quinta-feira, 17. Segundo o analista de Safras & Mercado, Allan Maia, os frigoríficos estão relatando para escalas de abate confortáveis, posicionadas entre seis e sete dias úteis, e ainda tentam forçar os preços para baixo.
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“Contudo, os pecuaristas começaram a adotar uma postura retraída nas negociações após o intenso movimento de queda registrado ao longo das últimas semanas, não aceitando os preços vigentes, especialmente no mercado paulista”, assinala Maia.
A perspectiva, conforme o analista, é de que o mercado fique ainda mais arrastado no curto prazo, devido às festividades de Natal e Ano Novo. A expectativa gira agora em torno da retomada das negociações no início de janeiro. “Vale ressaltar que a entrada no mercado do boi de pasto deve atrasar no início de 2021 por conta das secas registradas no país nos últimos meses”, completa o analista.
Em São Paulo, pouca movimentação de preços no decorrer do dia. Para animais destinados ao mercado chinês, a indicação de comprador entre R$ 250/253 à vista e R$ 255/257 a prazo, contudo, boatos de negócio acima desta referência, até R$ 260. Para animais destinados ao mercado doméstico a indicação de comprador ficou a partir de R$ 245 à vista e 250 a prazo.
Em Minas Gerais, houve registro de indicações de comprador mais baixas. Na região de Uberlândia indicação de valor chegou a R$ 252 à vista.
Em Goiânia a indicação de comprador ficou em R$ 245 à vista e a R$ 247 a prazo e em Palmeiras de Goiás o comprador está posicionado também em R$ 247 a prazo.
No Mato Grosso do Sul, o dia foi de preços pouco alterados. Em Campo Grande, os preços indicados foram de R$ 244 a prazo e em Dourados a arroba é precificada também a R$ 245 a prazo. Em Cuiabá no Mato Grosso, a indicação de comprador recuou para R$ 245 a prazo.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina se acomodaram após as recentes quedas. Conforme Maia, não há escopo para altas diante da lenta velocidade de reposição, abaixo do esperado para esta época do ano, normalmente o ápice do consumo doméstico de carne bovina. “O consumidor médio ainda opta por opções mais acessíveis, como a carne de frango, preservando assim o seu nível de renda. Outro ponto que merece destaque é que o ritmo de embarques desacelerou neste mês de dezembro, fator que acaba impactando a disponibilidade doméstica”, disse o analista.
Com isso, o corte traseiro seguiu em R$ 18,90 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 14,60 o quilo, e a ponta de agulha permaneceu em R$ 14,60 o quilo.