Marcação de bovinos a fogo deixa de ser obrigatória em São Paulo

Nova medida permite que animais vacinados sejam identificados por dois tipos de bottons na orelha

Por Victor Faverin
22 de outubro de 2024 às 09h53

Sanidade animal marcação bottom

O governo do estado de São Paulo eliminou a obrigatoriedade da marcação a fogo em bovinos vacinados.

O novo modelo de identificação, aprovado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), é o primeiro do Brasil e se aplica à vacinação contra brucelose em fêmeas bovinas e bubalinas de três a oito meses de idade.

A nova medida, publicada no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24, permite que animais vacinados sejam identificados por um bottom na orelha, em vez da tradicional marcação a fogo. Essa iniciativa é da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento.

Melhorias no bem-estar animal

A medida tende a colaborar com a redução de estresse nos animais e na eficiência no manejo. Segundo o secretário de Agricultura e Abastecimento do estado, Guilherme Piai, a mudança valoriza a pecuária paulista, promovendo boas práticas e abrindo novas oportunidades no mercado internacional.

Para o órgao, a substituição pela identificação via bottom proporciona uma abordagem mais humanizada e segura para os profissionais que realizam a vacinação. Além disso, facilita o manejo e agiliza o processo de registro, já que o sistema informatizado de defesa animal, o Gedave, permite o cadastro rápido da vacinação.

Prazos de vacinação de bovinos

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Foto: Faep

Os prazos de vacinação de bovinos e bubalinos foram ajustados para dois períodos:

A desburocratização também é parte do novo pacote de medidas anunciados pela secretaria. O proprietário não precisa mais declarar a vacinação; basta que o médico-veterinário registre o atestado de vacinação no Gedave, dentro de até quatro dias após a imunização.

Em caso de diferença entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado, o médico-veterinário e o produtor serão notificados por meio de mensagem eletrônica, enviada ao e-mail cadastrado junto ao sistema. Neste caso, o proprietário deverá regularizar a pendência para a efetivação da declaração.

Identificação de animais vacinados

O modelo alternativo de identificação de vacinação contra a Brucelose é uma alternativa não obrigatória à marcação a fogo.

As publicações do Governo de São Paulo estabelecem a seguinte classificação:

  • Bottom amarelo: para vacinas B19
  • Bottom azul: para vacinas RB51

Anteriormente, a identificação era feita com marcação a fogo indicando o algorismo do ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

Fornecimento dos bottoms

Os bottons são produzidos dentro de especificações indicadas na portaria. Depois são fornecidos a estabelecimentos de insumos e produtos veterinários, que farão a venda e fornecimento dos identificadores juntamente com as vacinas aos médicos-veterinários ou aos produtores, mediante informação no receituário.

Para o caso de perda, dano ou qualquer alteração que prejudique a identificação, uma nova aplicação deverá ser solicitada ao médico-veterinário ou à Defesa Agropecuária.

Havendo a impossibilidade da aquisição do botton, o animal deverá ser identificado conforme as normativas vigentes do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT).

A Defesa Agropecuária informa ainda que o uso do botton só é válido dentro do estado de São Paulo, não sendo permitido o trânsito de animais identificados de forma alternativa para demais estados da federação.