CENÁRIO PREOCUPANTE

Milho: seca aumenta e agricultores estimam perdas de até 40% em áreas de MT

Algumas regiões produtores do estado estão há mais de 20 dias sem o registro de chuvas agrícolas 

Por Pedro Silvestre
19 de abril de 2022 às 14h18

Estiagem prolongada prejudica lavouras de milho segunda safra em Jaciara, sudeste de Mato Grosso. Agricultores da região estimam perdas de até 40% em algumas áreas.

Diante do sol forte e da baixa umidade, praticamente 300 hectares de milho segunda safra foram prejudicados pela seca na propriedade de Vitor Chiapinotto. Uma frustração para o produtor  que esperava colher em média mais de 100 sacas do grão por hectare.

“Não choveu. A espiga formou, mas não teve força para encher o grão,  aqui não recupera mais, porque já está formada a espiga e o milho está entrando em fase de secagem. Nessa área aqui eu acredito em uma perda acima de 40% na produção”, estima o produtor.

Chiapinotto cultivou cerca de 2.650 hectares de milho nesta safra, mas a falta de chuvas atrapalhou o desempenho dos talhões que foram semeados mais cedo. Na região, já são mais de 20 dias de estiagem.

“As áreas plantadas até o dia 8 de fevereiro na nossa região foram as que mais sentiram, porque deu uma seca na hora de fazer a uréia. A chuva cortou em 15 de março e até agora não tivemos nenhum volume expressivo. Agora é torcer agora para que a chuva venha para dar uma recuperada”, complementa Chiapinotto.

A seca também ameaça a produtividade das lavouras de milho do agricultor Jeferson Schinoca. Ele plantou 1.200 hectares do cereal, mas algumas de suas áreas enfrentam mais de duas semanas de seca, o que já prejudica o enchimento das espigas.

“O investimento era para colher até 120 sacos em uma área desta aqui , mas isso aqui é milho de 70 sacos, não vai ser mais do que isto. A seca nestas terras arenosas é mais severa. A gente vai ter área que provavelmente nem vai colher, porque o milho está no pré-pendoamento e com essa seca que deu na parte arenosa, praticamente não vai virar em nada. Assim, podemos ter uma quebra de até 25% em cima destas áreas prejudicadas”, diz Schinoca.