SANIDADE ANIMAL
Doença da vaca louca: saiba como proteger seu rebanho
Doença rara, mas fatal, a vaca louca exige atenção dos pecuaristas com a alimentação dos animais e o cumprimento das normas sanitárias para proteger o rebanho e evitar prejuízos ao setor.
Foto: Divulgação l Canal do Criador
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como doença da vaca louca, é uma enfermidade neurológica grave e fatal que afeta bovinos. Ela compromete o sistema nervoso central do animal e é causada por príons, proteínas com estrutura anormal que provocam degeneração cerebral progressiva e irreversível. Diferente de vírus e bactérias, essas proteínas não têm material genético, mas ainda assim são altamente perigosas.
A contaminação pode acontecer por diversas vias: ingestão de alimentos contaminados, herança genética ou até de forma espontânea, sem causa identificável. Os sintomas nos animais incluem mudança de comportamento, paralisia, dificuldade para andar e falta de coordenação motora. Infelizmente, não existe tratamento. Além dos bovinos, a doença também pode atingir ovinos e caprinos.
Como prevenir a contaminação no rebanho
Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), algumas práticas são fundamentais para evitar a entrada da doença da vaca louca no rebanho. A principal delas é controlar rigorosamente o que os animais consomem. É proibido alimentar bovinos com produtos de origem animal, como:
- Farinha de carne e ossos
- Farinha de sangue, vísceras, penas ou peixe
- Rações destinadas a monogástricos (aves, suínos, cães, gatos, entre outros)
- Varredura de fábricas de ração
- Esterco, cama de frango e resíduos de granja
Também é importante separar o armazenamento e o transporte de rações para diferentes espécies, não reutilizar embalagens e nunca fornecer cama de frango para ruminantes. Esses cuidados evitam a contaminação cruzada dos alimentos.
Impactos para a pecuária brasileira
Desde 2013, o Brasil possui o status de “risco insignificante” para a doença da vaca louca, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). Mesmo assim, os órgãos de fiscalização continuam atentos. Isso porque um único caso confirmado pode causar sérios prejuízos econômicos e comerciais.
Países com registros da doença enfrentam restrições na exportação de carne bovina, e o medo do consumidor pode reduzir o consumo interno. Além disso, controlar um surto exige abate emergencial, rastreamento e custos elevados para pecuaristas e governos.
Por isso, o cumprimento das normas sanitárias do MAPA não é apenas uma exigência legal, mas uma medida essencial para proteger a saúde do rebanho, da população e do setor agropecuário como um todo.